Consumidor ainda não sente efeitos da queda

Escrito por Redação ,
Legenda: Muitos brasileiros voltaram a bater perna, em busca de ofertas, e a comprar marcas menos famosas

São Paulo. A pequena alta da inflação de 0,14% em abril - a menor para o mês desde o início do Plano Real, em 1994 - registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi influenciada sobretudo pela queda nos preços administrados, como combustíveis e energia elétrica. O cenário, entretanto, ainda não significa um alívio para o bolso dos consumidores, que não perceberam melhora no seu poder de compra.

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De uma maneira geral, comerciantes, motoristas e aposentados têm adotado a estratégia de cortar quaisquer gastos desnecessários ou pesquisar muito antes de comprar algum produto ou contratar um novo serviço. A estratégia faz parte da realidade da maioria das famílias, no cenário econômico brasileiro de hoje, com destaque aos que possuem um poder aquisitivo menor.

Para além dos preços administrados, o preço dos alimentos - o qual até representou um discreto alívio em março, mas voltou a subir em abril - ainda é um dos fatores que mais pesam no orçamento familiar no País.

Alternativas

A estratégia para não ir à falência ou correr o risco de endividar-se sem a garantia de que todas as contas serão pagas no fim de cada mês continuam sendo a de bater perna à procura de ofertas - isso para todos os produtos e também os serviços de quais precisa -, e a substituição de marcas famosas - e também mais caras - pelas mais baratas. Cada vez mais os consumidores optam por essas alternativas.

O escrevente João Ferreira de Morais baixou seu padrão de consumo. "Rapaz, fazia tempo que o meu salário de escrevente não comprava tão pouco. Parece que diminui a cada dia, que dão pra gente com uma mão e tiram com a outra. Se uma conta vem mais baixa, é quase certo que vamos ter outro gasto que consuma o que estamos poupando".

"Rapaz, fazia tempo que o meu salário de escrevente não comprava tão pouco. Parece que diminui a cada dia", relata João, profissional de um Tabelião de Notas há mais de 35 anos. "Parece que dão pra gente com uma mão e tiram com a outra. Se alguma conta vem mais baixa em algum mês, é quase certo que vamos ter outro gasto que consuma o que estamos poupando", desabafa.

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