Concreto na BR-222 para reduzir custos

Escrito por Redação ,
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A opção é tendência mundial, aumentando a vida útil da malha viária e implicando ainda em mais segurança

Para reduzir os gastos com manutenção de estradas, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e o Governo do Estado escolheram o concreto para a pavimentação das obras de duplicação da BR-222, entre Caucaia e o Porto do Pecém; e do Anel Viário da Capital. A opção é tendência mundial, pois além de aumentar a vida útil da malha viária, que pode chegar a 40 anos, implica em mais segurança para os motoristas. Além disso, os gastos com manutenção são até dez vezes menores do que nas vias construídas com outros tipos de materiais.

Segundo o superintendente do Dnit no Ceará, Guedes Neto, o pavimento rígido é recomendado para estradas de tráfego intenso, pesado e contínuo. "Na BR-222, é o material ideal para a movimentação que a rodovia terá com a refinaria e com a siderúrgica. No caso do Anel Viário, também temos uma grande parcela de veículos pesados, pois é por onde se escoa toda a nossa produção, já que Maracanaú é o maior distrito industrial do Ceará", afirma.

As obras de duplicação da BR-222 vão custar R$ 80 milhões aos cofres federais. Já as do Anel Viário ainda não possuem valor definido, por estarem em fase de licitação. As obras devem ser concluídas em dois anos. De acordo com Guedes Neto, os gastos com a pavimentação de concreto são maiores do que com a de asfalto, mas em compensação, a rígida possui durabilidade muito maior. "A pavimentação de concreto é uma tendência em rodovias que possuem um fluxo muito intenso e pesado de veículos. O investimento é maior, mas o retorno vem na manutenção dessas rodovias, que é muito menor".

Nos Estados Unidos, mais de 20% das rodovias são de concreto. Na Alemanha, as estradas de alta velocidade são nesse material. Na América Latina, o Chile é o País que mais o utiliza na malha rodoviária. No Brasil, apenas 4.000 km de estradas foram construídos com a tecnologia, o que equivale a, aproximadamente, 2,5% das estradas pavimentadas. O índice é irrisório se comparado ao mundial, que fica entre 25% e 30%. O Recife se destaca na construção de rodovias em concreto. Na cidade, mais de 254 km de vias são feitas desse material.

Para Eduardo Barbosa de Moraes, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a implantação de estradas de qualidade no País é uma necessidade antiga. A malha viária castigada pela falta de manutenção é responsável por onerar ainda mais os custos com transporte de cargas, e a diferença é repassada ao consumidor final.

"Com estradas seguras e bem executadas, as empresas podem reduzir seus custos de viagem e fretes rodoviários, tornando-se mais competitivas, o que também contribuiria para que os preços dos produtos brasileiros ficassem mais atrativos para a exportação", pondera.

A segurança também é referência para a construção deste modelo de pavimento. A distância de freagem em pista molhada é até 40% menor do que em outros tipos de estradas. O concreto é responsável ainda por gerar uma economia de 11% de combustível.

Utilizado intensamente nas estradas brasileiras até a década de 70, o concreto passou a ser usado, nos anos 80 e 90, apenas na habitação, mas as novas tecnologias e equipamentos, atualmente, tornaram essa opção mais competitiva.
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