Como proteger as contas bancárias no caso de celular roubado? Entenda

O prejuízo financeiro pode acabar sendo muito maior do que a simples perda do aparelho caso o usuário não tenha alguns cuidados prévios

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
Legenda: Após o roubo, a vítima deve correr para conseguir apagar as informações do aparelho o mais rápido possível
Foto: Shutterstock

Aplicativos de bancos, corretoras de investimentos e carteiras digitais tornam o acesso a serviços financeiros mais facilitados, na palma da mão. Toda essa comodidade, contudo, pode se transformar em perigo caso o usuário tenha o celular subtraído. 

Muito além do prejuízo da perda do aparelho, caso não sejam tomadas medidas de cuidado, a vítima pode ter as contas bancárias invadidas. Com acesso a todas as informações pessoais necessárias em e-mails, SMS e Whatsapp, o criminoso pode realizar transferências, recuperar investimentos e mesmo pedir empréstimos em nome da vítima.

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A proteção para essa situação deve ser tomada muito antes do roubo, de forma preventiva. O analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini, indica que todos devem buscar instalar no aparelho um aplicativo antirroubo para aumentar as possibilidades do que pode ser feito caso o celular seja perdido. 

Proteção preventiva 

A dica primordial para proteger as informações do aparelho no caso de roubo ou furto, segundo o especialista em segurança da ESET, Daniel Barbosa, é ter uma senha de bloqueio. Ele recomenda que também seja acionada a configuração de bloqueio de tela automático após inatividade; quanto menos tempo, melhor. 

Apesar de essa ser uma importante barreira, outros cuidados são necessários. Criminosos com mais experiência podem acessar o aparelho apesar da senha em alguns minutos e, em muitas ocasiões, os ladrões aproveitam justamente momentos em que o celular está em uso para realizar o roubo. 

“Quem rouba celular prefere que o celular esteja com a tela desbloqueada, são roubos furtivos. Quando você está esperando o Uber chegar, quando você está falando no celular. Essa situação é a preferida dos criminosos porque o celular está desbloqueado, tem um item a menos para se preocupar”, destaca Fabio Assolini. 

Ele também indica que o usuário deve sempre manter o sistema do celular o mais atualizado possível. São nessas atualizações que o fabricante do aparelho corrige falhas e brechas que podem ser utilizadas pelo criminoso. 

A proteção preventiva serve, acima de tudo, para que a vítima consiga ganhar tempo para conseguir entrar em contato com as instituições financeiras a fim de bloquear futuras transações. 

Hoje a gente tem que cuidar do nosso celular tão bem quanto a gente cuida da nossa carteira. Na carteira não tenho senhas, fotos da família, e-mail. Tem que cuidar muito bem do celular e esse cuidado é antes que o roubo aconteça
Fabio Assolini
analista sênior da Kaspersky

Assolini ainda recomenda que se tenha instalado no aparelho um software antirroubo, oferecido por empresas de segurança como a Kaspersky. Esse tipo de programa possibilita colocar senha para abrir aplicativos específicos, como de bancos, e-mail, mensagens e Whatsapp. 

“Ele permite que você proteja o aparelho e você ganhe tempo até você comunicar os bancos onde você tem conta. Se você não tiver, em questão de 20 minutos o ladrão consegue fazer uma limpa na conta. Todos os aplicativos têm uma função de ‘esqueci a minha senha’, que envia um link de redefinição por e-mail ou SMS. O ladrão tem acesso ao e-mail e SMS [com o celular em mãos], ele consegue redefinir a sua senha e acessar aplicativo do banco”, alerta. 

Cuidado com senhas 

Daniel Barbosa acrescenta que outro cuidado muito importante é com relação às senhas de contas. O especialista indica nunca manter essas informações guardadas em um bloco de notas no aparelho, por exemplo. 

O mais perigoso é quando a vítima trata as informações de forma não adequada. De deixar autenticação salva, deixar bloco de notas com senhas, esse é o pior cenário possível. A Febraban impõe uma série de exigências para os bancos, costuma ser efetivo. Mas se você faz isso deixa as informações de bandeja
Daniel Barbosa
especialista em segurança da ESET

O recomendado, segundo ele, é ter uma senha diferente para cada conta. Para conseguir lembrar tudo, o especialista indica ter um cofre de senhas com proteção de criptografia; dessa forma, é necessário lembrar de apenas uma senha: a dele. 

Outra dica para dificultar o acesso do ladrão às contas caso o celular seja roubado é não deixar contas logadas automaticamente. Nos aplicativos bancários, Barbosa destaca que é importante não deixar salvo previamente informações como agência, conta e CPF na página de login. 

Fui roubado: e agora? 

Cada minuto conta na reação da vítima após o roubo. O criminoso irá correr para tentar acessar as informações o mais rápido possível antes de um possível bloqueio, então a vítima deve se apressar para tomar as medidas necessárias. 

O cuidado preventivo dará tempo a quem teve o celular roubado, retardando o trabalho do ladrão. Caso seja possível, é importante tomar ações até mesmo de forma simultânea, caso haja mais de uma pessoa para ajudar a vítima. 

Caso a vítima tenha instalado um software antirroubo, é possível acessar o celular remotamente após o roubo para realizar o bloqueio ou mesmo para apagar todos os dados do aparelho. Também é possível utilizar o GPS para encontrar o dispositivo ou utilizar a câmera para tirar uma foto do ladrão por meio da câmera frontal. 

Assolini reitera que o bloqueio do aparelho pode ser realizado tanto no Android como no iOS por meio do android.com/find e do icloud.com. Segundo ele, contudo, essa função nativa pode ser driblada pelo ladrão. 

“Alguns grupos conseguem bloquear o aparelho de tal forma que esse antirroubo do iOS e do Android o comando não chegue. Tem grupos que quando roubam o aparelho imediatamente colocam em modo avião. Corta automaticamente comunicação para que o comando de bloquear aparelho não chegue”, coloca. 

Primeiros passos 

  1. Apagar todas as informações do dispositivo. Isso pode ser feito tanto por meio de um software especializado como por meio das funções nativas do Android ou iOS. 
  2. Entrar em contato com as instituições bancárias para bloquear possíveis transações financeiras. 
  3. Ligar para a operadora para realizar o bloqueio do chip e do aparelho por meio do código IMEI.  
  4. Realizar a troca de senha de redes sociais, e-mail e outras contas que estavam logadas no celular. 
  5. Registrar boletim de ocorrência. 

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