O Ceará tem 22 projetos de energia eólica offshore (em alto mar) com processos de licenciamento ambiental abertos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), totalizando 56,6 GW de potência. Com o Rio Grande do Sul, o Estado é a unidade da federação com mais projetos em andamento no Ibama.
Além do Ceará, há projetos em processo no Ibama em curso no Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Segundo documento do órgão, os projetos cearenses se localizam, principalmente no litoral oeste, entre os municípios de Caucaia e Camocim.
Empresas com sede na Grã-Bretanha, França, Japão, Espanha e Noruega estão de olho no potencial de geração offshore do Nordeste, especialmente, no litoral do Ceará.
"A primeira etapa é solicitar o licenciamento ambiental. Então, esse primeiro passo não significa dizer que esses projetos vão se concretizar, porque só pode se tiver um leilão federal comprando energia. É importante principalmente que se tenha uma regulamentação estabelecendo a responsabilidade de aprovar", explica Jurandir Picanço, consultor em energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Segundo ele, é necessário que se tenha um marco legal para a energia em alto mar para a concretização dos projetos. "Os primeiros projetos sempre terão dificuldade maior e o custo mais elevado, como aconteceu com as primeiras eólicas onshore (em terra), como aconteceu com as solares", acrescenta.
Picanço também afirma que os diversos projetos vão concorrer no mesmo contrato. "Temos 22 projetos, alguns vão avançar, vai ter concorrência e só um deles será vencedor, mas eles só vão concorrer quando tiver garantia de que essa energia vai ser vendida. Os investidores não vão fazer investimento sem ter segurança de que terá comprador", reforça.
Projetos
Empresas europeias do segmento de óleo e gás têm interesse em investir em projetos no Ceará. É o caso da Shell, da Grã-Bretanha, e da TotalEnergies, da França. Além delas, há ainda companhias com sede na Espanha (Neoenergia, da Iberdrola), França (Qair), Noruega (Equinor) e Japão (Shizen).
“O nosso potencial eólico é excelente. Isso despertou interesse de empresas, quase todas de atuação internacional, para reservarem sua área”, diz Picanço.
Os maiores projetos em potência total são: Alpha (6.000 MW), Asa Branca III (4.320 MW) e Asa Branca IV (4.320 MW).
Projetos no Ibama/Potência (MW)
- Caucaia - Bi Energia: 576
- Jangada: 3.000
- Camocim: 1.200
- Dragão do Mar: 1216
- Alpha: 6.000
- Costa Nordeste Offshore: 3.840
- Asa Branca I: 1.080
- Sopros do Ceará: 3.000
- Projeto Pecém: 3.010
- H2GPCEA: 3.000
- Projeto Colibri: 2.010
- Projeto Ibitucatu: 2.010
- Asa Branca II: 1.080
- Ventos dos Bandeirantes: 2.748
- Asa Branca III: 4.320
- Asa Branca IV: 4.320
- Araras Geração Eólica Offshore: 3.000
- Tatajuba Geração Eólica Offshore: 3.000
- Ventos de São Francisco: 2.955
- Itapipoca: 720
- Mar de Minas I: 1.500
- Mar de Minas II: 3.000