Marcos Palmeira revela conflitos familiares na adolescência: 'Fizemos terapia em família'

O ator vive José Inocêncio, na segunda parte de 'Renascer', na TV Globo

Escrito por Redação ,
Marcos Palmeira em Renascer
Legenda: Marcos Palmeira está no ar na novela Renascer, interpretando o coronel José Inocêncio
Foto: Divulgação/TV Globo

Vivendo o protagonista José Inocêncio, na segunda parte de "Renascer", na TV Globo, Marcos Palmeira revelou que já passou por problemas na adolescência com a família. Ao Extra, neste domingo (10), o artista revelou que teve um período complexo. 

"Tivemos problemas, mas soubemos superá-los quando entendemos o espaço de cada um. Fizemos terapia em família durante sete anos. Isso ajudou muito. Venho de uma família de intelectuais. Minha irmã, por exemplo, se formou muito cedo. Já eu nunca fui um cara muito do estudo, então eu era o problema. A minha adolescência foi complexa. Num momento, eu estava deflagrando um desequilíbrio dentro da família. Apesar disso, tive uma infância e adolescência felizes", revelou.
 

Embora não gostasse de estudar, tinha interesse ir à escola porque gostava de estar cercado de pessoas. 

"Eu gostava de ir pra escola, mas só porque sempre curti lidar com gente. Meus pais tinham dificuldade de entender, depois, aceitaram. Demorei muito a me decidir pela atuação. Eu queria ser indigenista, trabalhar em comunidades indígenas. Mas de repente, a arte apareceu forte e me atravessou completamente", descreveu.

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Grupo indígena Xavantes

Com 16 anos, Palmeira morava com o grupo indígena Xavantes. O ator foi batizado pelo povo de Tsiwari, que significa "sem medo". 

"A rotina com eles me fez entrar em contato muito profundo comigo mesmo. Isso me trouxe outra compreensão, um olhar mais simples para a vida. Nunca falei isso, mas eu me considero muito humanista. Minha vida é toda calcada em facilitar a vida das pessoas. Admiro muito a diplomacia nesse lugar do respeito, de você saber ouvir o outro e respeitar divergências", explicou o filho do diretor Zelito Viana e da produtora Vera de Paula.

Família

O artista é pai de Júlia, de 16 anos, fruto da união com a diretora Amora Mautner. 

"É muito bonito ver minha filha crescendo com essa cabeça que ela tem. Ela me dá altos toques, isso é muito bom. Sou um pai focado na felicidade dela. Não tenho ciúme e não sou controlador. Procuro sempre me colocar como um esteio onde ela possa se escorar, confiar, gargalhar e chorar", revelou. 

Casado há 10 anos com a diretora audiovisual Gabriela Gastal, o artista que revelou que o casal refletiu sobre terem outros filhos em 2022. 

"A Gabi já tem uma filha maravilhosa (Alice, de 21 anos), e eu já tenho uma filha também. Concluímos que o tratamento não tinha sentido. A gente nunca impediu que viesse um herdeiro, mas também não aconteceu. Somos felizes dessa forma. Temos uma família linda, tá tudo certo", disse. 

Convite para viver José Inocêncio

Ainda segundo Palmeira, a história do folhetim de Benedito Ruy Barbosa, adaptado por Bruno Luperi, remete a sua trajetória de vida. O artista ainda garantiu que ficou nervoso com o convite, mas feliz pela confiança. 

"José Inocêncio tem a ver com a minha ancestralidade, com as minhas referências na Bahia. Meu bisavô era um desses “coronéis do cacau”, mas ele está mais pra José Inocêncio. Dizem que era diferente dos outros. Ele tinha um respeito muito grande pelas pessoas, não oprimia nem explorava a mão de obra", afirmou.

Na trama, José Inocêncio vive um triângulo amoroso com o filho João Pedro (Juan Paiva) e Mariana (Theresa Fonseca). Na primeira versão, de 1993, Palmeira interpretou o papel do caçula do coronel e Adriana Esteves deu a vida a Mariana, que não foi tão bem aceita pelo público. A atriz relatou que adquiriu depressão após a repercussão. 

"A Mariana é complexa. Quando você tem uma personagem que tem embate com todos os outros da história, é natural que o público também se oponha a essa figura. Você acaba achando que é contra você. Achei o trabalho da Adriana Esteves brilhante naquela época, assim como o da Theresa agora. São duas Marianas distintas. Se fizerem um remake daqui a alguns anos, a atriz que colocarem no papel também vai carregar o peso. Olha como fez bem para Adriana tudo o que aconteceu... Hoje ela é uma das melhores do Brasil. Em 1993, foi injustiçada, achei o trabalho dela muito bom em "Renascer". Faz parte do nosso ofício, estamos aqui para receber beijos e abraços, mas também para tomar porrada", refletiu.

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