Faustão fala sobre recuperação e retorno à TV em primeira entrevista após transplante de coração

A conversa foi exibida durante o Domingo Espetacular. O apresentador rebateu as críticas sobre suposta fraude à lista de espera para o procedimento

Escrito por Redação ,
Faustão apresentando programa na Band
Legenda: Faustão relata que, logo após a cirurgia, sentiu a diferença no organismo
Foto: Renato Pizzutto/Band

A primeira entrevista de Fausto Silva após a realização de um transplante de coração foi veiculada neste domingo (8) durante o programa Domingo Espetacular. O apresentador falou sobre a recuperação, criticou quem o acusou de furar a fila de espera para o procedimento e comentou sobre a incerteza quanto ao retorno à televisão.

Faustão passou por cirurgia para o transplante do coração no dia 27 de agosto, após dias internado com quadro de insuficiência cardíaca. Ele relata que logo sentiu diferença no organismo. "Eu acordei, um dia depois, e já me senti um carro velho com motor novo. Agora tem que consertar o resto do carro", ri.

De acordo com o relato do apresentador, a cirurgia é "o que dá menos trabalho". "É impressionante. Instalou o coração e já começou a funcionar. É o que dá menos trabalho. O problema são as outras coisinhas: pele seca, ficar 45 dias em cama de hospital, (...) fazer reabilitação com a questão da fisioterapia. Muita disciplina, muita paciência".

Questionado sobre um possível retorno à televisão, Faustão afirmou que a atenção, no momento, está voltada para a saúde. Porém, ele não descarta a volta às telas no futuro. "Boa pergunta. Eu não estou muito decidido ainda, não. Vamos ver. Eu não falo que nunca falo 'não, jamais', mas eu estou agora muito focado na saúde. Primeiro eu tenho que focar nisso." 

AGILIDADE NO PROCEDIMENTO E INCENTIVO À DOAÇÃO

Na conversa, Fausto Silva contou que já sabia que precisava realizar uma cirurgia, mas não imaginava que seria necessário um transplante. Bem-humorado, ele afirmou que o problema era genético.

"Um cara que nunca fumou, nunca bebeu, nunca usou droga, não usou nada, acabou caindo na malha fina. (...) Eu fui descobrir ao longo da vida. Talvez tenha sido pela genética do lado do meu avô paterno, que eu não conheci, que faleceu em 1937, com 40 anos de idade", afirmou.

Faustão foi internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 16 de agosto. Antes da internação, ele estava em Miami, nos Estados Unidos, e retornou ao Brasil após queixas de dores. Em seguida, passou por uma bateria de exames. "Vi que estava com os exames todos arrebentados, ureia, tudo. Eu nem sabia que a tal de ureia era tão importante. Naquele fim de semana, fizemos 200 exames. Aí que falaram: 'chegou a hora'", lembrou.

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O quadro de saúde do apresentador era considerado grave antes do procedimento. Por se enquadrar nos critérios adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele teve prioridade. O caso clínico do Faustão levantou questionamentos sobre a logística de transplantes, que possui procedimentos para evitar qualquer fraude.

Na entrevista, Faustão comentou as acusações sobre ele ter supostamente furado a fila do transplante. "A internet abriu espaço para todos os imbecis do mundo. Então, não adianta, você tem que conviver com esse mundo de hoje. Quem pensa o mal é sempre gente do mal, então não adianta você querer mudar", afirmou.

O apresentador também aproveitou a entrevista para incentivar a doação. "Quanto mais o brasileiro tiver de consciência e disponibilidade para doação, nós podemos transformar o Brasil no país líder de doação de órgãos e tecidos e pele no mundo. Isso é fundamental para um país que tem os problemas que a gente tem", finalizou.

Confira abaixo alguns dos critérios usados para definição da lista de espera do SUS:

  • O primeiro é a ordem cronológica de cadastro do paciente, definida por quem chegou primeiro à espera;
  • A gravidade do quadro também é analisada, pontuando pacientes que necessitam de internação constante e os colocando em prioridade em relação aos que aguardam o transplante em casa;
  • O tipo sanguíneo também é fator decisivo, já que um paciente só recebe órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
  • Além disso, alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro;
  • O órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, o que também leva a considerar a distância geográfica entre doador e receptor;
  • Por fim, o tempo de isquemia, analisando, conforme os custos do SUS, se o órgão será transportado por carro ou avião.
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