Reino Unido amplia vacinação contra Covid-19 para idosos acima de 70 anos; 3,8 mi já receberam doses

O país aposta na vacinação em massa para sair do confinamento; meio milhão de pessoas já receberam às duas doses

Escrito por AFP ,
foto
Legenda: O governo britânico pretende vacinar 15 milhões de pessoas, pertencentes aos quatro grupos prioritários, até meados de fevereiro.
Foto: Oli SCARFF / AFP

O Reino Unido estendeu nesta segunda-feira (18) a campanha de vacinação contra o coronavírus para pessoas com 70 anos, ou mais, no mesmo dia em que entrou em vigor a obrigação de apresentar teste negativo e respeitar uma quarentena para quem viaja ao território.

O Reino Unido foi o primeiro país do ocidente a aprovar uma vacina contra a Covid-19, em 2 de dezembro de 2020. O imunizante desenvolvido pela Pfizer e Biontech começou a ser aplicado na população em 8 de dezembro

País mais atingido pela pandemia na Europa, sofrendo especialmente com uma variante do vírus que, segundo cientistas britânicos, é entre 50% e 70% mais contagiosa, o Reino Unido tem mais de 89.000 mortes confirmadas pelo novo coronavírus.

Em 5 de janeiro, o país entrou no terceiro lockdown - ou isolamento social mais rígido - para conter um súbito aumento de casos da doença e a transmissão da nova cepa da doença. 

O governo de Boris Johnson concentra sua estratégia em uma campanha de vacinação em massa na esperança de levantar em março o terceiro confinamento total do país.

Desde o lançamento da campanha de vacinação, mais de 3,8 milhões de pessoas receberam a primeira dose, e meio milhão, às duas necessárias.

Até agora, a campanha de vacinação abrangia maiores de 80 anos, residentes em lares de idosos e seus cuidadores, e profissionais da saúde. A partir desta segunda-feira, outros dois grupos começaram a ser vacinados, coincidindo com a abertura de dez novos centros de vacinação em massa.

"Agora podemos expandir o programa de vacinação para além desses dois grupos prioritários, ou seja, pacientes em lares de idosos e seus funcionários, funcionários de hospitais e aqueles com mais de 80 anos", afirmou o diretor médico do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, Stephen Powis, ao canal Sky News.

A vacinação dos primeiros grupos continuará a ser "a prioridade", mas os centros de vacinação que disponham dos meios necessários poderão começar a imunizar "os maiores de 70 anos e pessoas extremamente vulneráveis", anunciou o Ministério da Saúde em uma nota.

No Brasil, os Estados poderão iniciar a vacinação nesta segunda-feira (18). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade o uso emergencial das vacinas de Oxford e do laboratório Sinovac (Coronavac) no páis, neste domingo (17)

Teste negativo e quarentena 

O governo quer que 15 milhões de pessoas, pertencentes aos quatro grupos prioritários, estejam vacinados até meados de fevereiro.

Esta segunda-feira começa uma "etapa importante" na campanha de vacinação, que se abre para "vários milhões de pessoas adicionais", disse Johnson.

O primeiro-ministro expressou sua satisfação com que "140 vacinas por minuto" são inoculadas no país. O ministro da Saúde, Matt Hancock, destacou que metade das pessoas com mais de 80 anos já foi vacinada.

Para que o programa de vacinação atinja mais pessoas, o governo decidiu esperar até 12 semanas para a aplicação da segunda dose.

Além disso, com o objetivo de impedir a chegada de novas variantes do coronavírus, o país estendeu a quarentena de dez dias, a qual já era aplicada a alguns países, a todas as pessoas que chegam do exterior. Essa medida se soma à obrigatoriedade de apresentação de um teste negativo de coronavírus antes do embarque. 

Além disso, governo britânico proibiu a entrada de pessoas de todos os países da América do Sul e do Panamá, além de Portugal, devido à nova cepa do coronavírus encontrada na Amazônia.

De acordo com o jornal Sunday Times, o governo planeja isolar em hotéis os visitantes, que deverão arcar com o custo da estada, ou usar métodos de geolocalização e de reconhecimento facial.

"Haverá controles em casa" e "na fronteira", disse o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, à BBC no domingo. 

"São as medidas mais eficazes que podemos tomar neste momento", alegou.