'Só quero justiça', diz irmão de estudante cearense de Medicina morta na Paraíba
A Polícia Civil da Paraíba prendeu preventivamente o parceiro da universitária por suspeita de envolvimento no assassinato. Corpo foi enterrado em Lavras da Mangabeira, no Ceará
O corpo da estudante cearense de Medicina, Mariana Tomaz de Oliveira, de 25 anos, foi enterrado, neste domingo (13), em Lavras da Mangabeira, onde vive a família da jovem. Ela foi encontrada morta em um apartamento, nesse sábado (12), na cidade de João Pessoa, Paraíba.
Pelas ruas do município do Interior do Ceará dezenas de pessoas se juntaram aos amigos e familiares para prestarem as últimas homenagens à universitária.
"Só quero justiça, mesmo que ela não traga a vida da minha irmã de volta. Ela era o meu tesouro e da minha família, a alegria da minha casa. E, agora, essa alegria, por mais que Deus dê a conformação e a gente supere, não vai ser reposta. Então, rogo por justiça", lamenta o irmão da vítima, Gustavo Tomaz de Oliveira.
O corpo foi velado na casa dos parentes e, em seguida, seguiu em cortejo até a Igreja Matriz de São Vicente Férrer. A previsão é que ele seja sepultado no cemitério local.
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"Sempre vamos lembrar de Mariana com um sorriso, serena, doce, e é só isso que temos que guardar na nossa lembrança. Mas a gente quer justiça. Lavras não vai se calar, nós mulheres não vamos nos calar, a família de Mariana não vai se calar. Nós queremos justiça", frisa a amiga da estudante, Sabrina Severo.
Suposto parceiro é principal suspeito
A Polícia Civil paraibana prendeu preventivamente o parceiro da universitária, identificado como Johannes Dudeck, por suspeita de envolvimento no assassinato da companheira.
A família não sabia do envolvimento dos dois, que, segundo Gustavo, não era sério. "Os colegas dela falaram que eles estavam apenas se conhecendo. Talvez dois, ou três encontros, mas nada oficial", disse.
Sinais de estrangulamento
Mariana Tomaz foi encontrada sem vida, no sábado, em um imóvel na orla do Cabo Branco, em João Pessoa, após a Polícia receber uma ligação do parceiro dela. Nela, ele informou que a jovem estava sofrendo convulsões. As informações são do portal G1.
Após chegar ao local, a perícia observou sinais de esganadura e, posteriormente, confirmou que as marcas foram causadas por estrangulamento. Em seguida, o companheiro foi detido preventivamente.
Conforme a Polícia informou ao portal G1, o suspeito possui três acusações por infringir a Lei Maria da Penha — ele é apontado por três mulheres diferentes como autor de agressões. "Sinceramente, fiquei com medo quando vi a ficha [criminal] dele, inclusive com histórico de agressão domiciliar e ocorrências de outras naturezas", relata o irmão da vítima.
"Queria deixar o alerta para pais, para filhos, nunca confie nas pessoas, em quem está pelo mundo afora. A pessoa às vezes tem o melhor coração do mundo e se depara com um monstro, como ela [Mariana] se deparou."
Luto oficial em Lavras
O prefeito de Lavras da Mangabeira, Ronaldo da Madeireira, decretou, neste domingo, luto oficial de três dias em pela morte da jovem.
"Neste momento de profunda dor e pesar, a administração municipal, através do Prefeito, juntamente com secretários e demais funcionários, manifesta aos familiares e amigos, expressando as mais sinceras condolências pela partida precoce", diz publicação conjunta do gestor municipal e do perfil oficial da prefeitura lavrense na rede social Instagram.
O ex-senador Eunício Oliveira, primo em segundo grau da estudante, manifestou-se publicamente acerca do assassinato da estudante, pontuando tristeza e pesar pela morte. "Sua partida deixou nossa Lavras da Mangabeira absolutamente consternada", escreveu o político em postagem no Instagram nesse domingo.
"Manifesto minha solidariedade a todos os familiares e amigos que hoje sofrem com essa grande perda, em especial aos seus pais Bosco Oliveira e Francilene Tomás, e ao seu irmão Gustavo Oliveira", seguiu Eunício. "Que Deus, em sua infinita bondade, possa confortar o coração de cada um nesse momento de imensa dor e pesar".