Nova onda de Covid: veja quais os bairros de Fortaleza registraram mais casos

Novembro marca uma nova alta de transmissão do coronavírus na cidade com a presença da subvariante Ômicron BQ.1

Escrito por Theyse Viana e Lucas Falconery , ceara@svm.com.br
Comunidade
Legenda: Aumento da transmissão viral acompanha recomendação para completar esquema vacinal e uso das máscaras
Foto: Natinho Rodrigues

Bairros como Meireles, Vila Velha e Cocó concentram os casos positivos para a Covid em meio à circulação da subvariante Ômicron BQ.1, em Fortaleza, como aponta o boletim epidemiológico da Prefeitura, publicado nesta terça-feira (22). Ainda assim, a última morte pela doença na cidade aconteceu no dia 23 de agosto. 

O Meireles, na região nobre da capital cearense, tem a maior positividade total com 76 casos de Covid até o momento. Vila Velha, com 40 casos, e o Cocó, com 34, aparecem logo na sequência entre os bairros com maiores números de testes que indicam a infecção pelo vírus.

Na outra ponta, Antônio Bezerra, Barroso, Farias Brito e Jardim das Oliveiras aparecem sem nenhum caso positivo para a Covid durante o mês de novembro. Confira os bairros com mais casos e um mapa completo da cidade mais abaixo nesta reportagem.

Os 10 bairros com mais casos de Covid

  • Meireles: 76
  • Vila Velha: 40
  • Cocó: 34
  • Jóquei Clube: 34
  • Henrique Jorge: 33
  • Papicu: 32
  • Vicente Pinzon: 32
  • Granja Portugal: 31
  • Barra do Ceará: 29
  • Sapiranga: 28

Novembro marca uma nova alta de transmissão do coronavírus na cidade: já são 1.750 testes positivos para a doença em 21 dias do mês – foram apenas 47 no igual período do mês anterior. Os registros são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Esse aumento repentino de casos já era esperado e indica uma nova onda de casos, como analisa o infectologista Keny Colares. A 4ª onda da doença aconteceu entre junho e julho em Fortaleza.

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“Já se esboça essa onda, mas não temos como dimensionar quanto vai crescer o número de casos, qual vai ser a taxa de complicações, internações e óbitos. Mas estamos, sim, numa onda, só não temos como dimensionar a duração e o tamanho”, frisa o especialista.

Em outubro mesmo, começamos a ver o aumento da concentração de coronavírus nos esgotos, um dos indicadores mais precoces. Depois, começamos a observar o aumento da taxa de detecção
Keny Colares
Infectologista

Dois outros fatores, além da presença da subvariante, também contribuem para essa nova onda de casos em Fortaleza: a chegada do período de chuvas e a queda natural da imunidade na população.

“Existem aspectos comportamentais e climáticos. Chegamos a uma época do ano que favorece essas doenças. Também temos muitas pessoas que se vacinaram ou tiveram a doença apenas no primeiro semestre”, acrescenta Keny.

Como se proteger?

As medidas preventivas contra a pandemia, reforçadas por especialistas nos últimos 2 anos, ganha uma relevância maior nesse período. Isso porque alguns eventos podem favorecer a transmissão, como Natal, Réveillon e o Carnaval.

Grande parte da população também ainda não retornou aos pontos de vacinação para tomar a 4ª dose da vacina e estão menos protegidas nesse cenário. Máscaras, vacinas e isolamento em casos de sintomas gripais são as recomendações.

máscaras
Legenda: Uso de máscaras volta a ser recomendado por especialistas
Foto: Fabiane de Paula

“Se a gente tiver uma nova onda da doença, temos que aumentar a proteção, uso de máscara, fazer alguma restrição, mas provavelmente nada tão drástico como em 2020 e 2021”, pondera Keny Colares.

Confira os sintomas

Os cientistas ainda estão analisando quais são os sintomas específicos na nova subvariante, mas a percepção inicial é de uma sindrome gripal mais leve e que pode representar problemas para quem tiver comorbidade. 

Ao contrário das outras cepas da doença, os sintomas da ômicron costumam ser mais leves, já que a variante tem uma reprodução mais rápida nas vias aéreas, poupando a região do pulmão – característica também associada à proteção vacinal.

Os principais sintomas de Covid-19 causada pela variante Ômicron, atualizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em abril deste ano, são:

  • Dor de garganta;
  • Dor de cabeça;
  • Coriza (nariz escorrendo); 
  • Tosse;
  • Febre;
  • Dor no corpo.

Keny Colares explica que o que se sabe, por enquanto, é que a subvariante BQ.1 “tem a capacidade de escapar um pouco mais da imunidade da vacina ou de infecção prévia", ou seja, mesmo quem já se vacinou ou já pegou Covid por estar suscetível e precisa adotar medidas preventivas em caso de nova onda.

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