Morre aos 69 anos o repórter fotográfico Tuno Vieira
Antônio Vieira atuou por quase 30 anos em coberturas cotidianas e históricas num legado profissional e afetivo
Antônio Carlos Vieira de Souza, ou Tuno Vieira, como era conhecido o repórter fotográfico de extensa atuação no Diário do Nordeste, faleceu em decorrência do câncer na noite deste sábado (24). Tuno deixa esposa, 3 filhos, 7 netos e incontáveis amigos feitos entre pautas e fora da redação.
"Um cara maravilhoso, um marido exemplar e um pai mais ainda. Além de que agregava todo mundo ao redor dele. Todos os companheiros sabiam quem era ele", resume emocionada a parceira de uma vida, Misa Lourenço Vieira.
Misa foi casada por 42 anos, dos 60 de idade, com Tuno. A despedida aconteceu na véspera de Natal e, neste domingo (25), a família organiza o velório e o sepultamento. "A partida dele se deu ontem (24) às 23h30, mas só hoje pela manhã nós tivemos conhecimento".
Tuno foi diagnosticado com câncer de próstata e de estômago, além de metástases ósseas, após internação hospitalar no dia 18 de outubro deste ano. Nesse período, ele teve uma parada cardiorrespiratória e permaneceu mais de um mês em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Lentes de Tuno
As câmeras fotográficas de Tuno começaram a registrar o cotidiano e momentos históricos nas coberturas jornalísticas em 1977, como registra o Sindicato dos Jornalistas. Ele participou da fundação do Diário do Nordeste e permaneceu por quase 30 anos até aposentar.
Também trabalhou na Casa Civil e na comunicação da Secretaria da Agricultura. Foi vencedor de prêmios como Luciano Carneiro, da Associação Cearense de Imprensa, e da Prefeitura de Fortaleza. Fez amigos por onde passou, como lembra o editor do DN Fernando Maia.
“Era um cara amigo, dessas pessoas que estão sempre dispostas a ajudar os outros. E foi assim comigo, pois quando entrei no jornal, ainda estudante, dividi com ele minhas primeiras pautas nas editorias de cidade e Jornal dos Bairros”, acrescenta.
O primeiro contato dos dois aconteceu em 1986, quando o fotógrafo ainda era conhecido como Antônio Carlos. Depois, a simpatia e a gentileza distribuídas por ele deram o apelido pelo qual ficou conhecido.
Já o último encontro foi em meio a uma das paixões do repórter fotográfico: o carnaval. Esse gosto, inclusive, rendeu uma homenagem num bloco carnavalesco de Fortaleza, o “Matou a Pau…ta”, em 2016.
A última vez (que nos vimos) foi durante a cobertura do Carnaval em Aracati, há alguns anos. Nos encontramos e relembramos bons tempos. É uma perda dolorosa para todos nós
Quem compartilha dessa dor é a editora de Cotidiano e colunista do Diário do Nordeste, Dahiana Araújo.
“Sair com ele para pautas era também um grande aprendizado jornalístico, porque ele conhecia muita gente, muitos espaços da cidade e nos dava segurança de que naquele momento estávamos em um trabalho de equipe. Foi um grande profissional”, frisa.
Leveza, sorrisos, grandes histórias e parceria aparecem entre as palavras dos amigos de profissão que perderam Tuno.
Nas minhas lembranças, ele está sempre sorrindo. Além das partilhas em pauta, também compartilhamos alguns momentos de risadas em caronas entre amigos ao final do expediente
Despedida
O velório de Tuno Vieira será realizado Às 13h30 no Cemitério São João Batista, no Centro. Lá também acontece o sepultamento, às 16h. A ocasião será aberta também aos amigos e colegas.