Jovens são maioria entre 2,5 mil atendimentos por síndromes gripais nas UPAs de Fortaleza; veja cuidados
Covid, influenza e pneumonias estão entre casos que levam a população às unidades de saúde

Com o período chuvoso, os casos de síndromes gripais como Covid, influenza e pneumonias têm crescido nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza. Só neste ano, até a primeira quinzena de fevereiro, foram 2,5 mil registros, de acordo com dados do Integra SUS, plataforma da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Se, no geral, crianças e idosos lideram os casos, nas últimas semanas o padrão se diferenciou: os jovens de 20 a 29 anos são maioria entre os que buscam atendimento médico por sintomas como febre, dor de garganta, dor de cabeça, tosse e coriza. Foram 747 assistências nessa faixa etária neste ano.
Em seguida, aparecem as crianças de 0 a 9 anos, que somaram 376 atendimentos entre os casos que chegaram às unidades de saúde.
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Os casos atendidos nas UPAs têm crescido ao longo das semanas. Nas duas primeiras de janeiro, foram 676; subindo para 870 na segunda quinzena do mês, e chegando a 1.034 assistências entre 1º e 16 de fevereiro. Os dados a partir desta data ainda não foram divulgados.
O médico sanitarista Álvaro Madeira Neto observa que o aumento da incidência de síndromes gripais e pneumonias nessa época do ano “decorre de diversos fatores climáticos, epidemiológicos e sociais”.
“A estação chuvosa eleva a umidade e favorece a proliferação de vírus respiratórios. Essas oscilações térmicas também comprometem a integridade da mucosa respiratória, reduzindo a capacidade de defesa do organismo”, explica o profissional de saúde.
Além disso, o aumento de circulação de pessoas nas férias escolares e neste início de 2025, com o ciclo carnavalesco, provoca uma maior disseminação de vírus como influenza, o da gripe; Sincicial Respiratório (VSR), o da bronquiolite; e variantes do coronavírus.
“Também temos que lembrar que passamos por uma baixa adesão à vacinação contra gripe, e isso agrava o cenário, amplia realmente a vulnerabilidade da população e aumenta o número de casos e também de casos graves”, alerta Álvaro Madeira.
Por que os mais jovens?
A recente predominância de jovens nos casos notificados pode estar relacionada a três fatores, como elenca o médico sanitarista:
- Maior circulação e contato social;
- Relaxamento do jovem em relação a medidas preventivas, como o uso de máscara;
- Baixa adesão vacinal.
O gestor em saúde também não descarta possíveis mudanças de padrão no comportamento de variantes virais.
“A gente pode estar falando de algumas variantes do influenza ou coronavírus, por exemplo, que podem estar circulando de uma forma mais ativa entre os jovens. É uma hipótese também”, frisa.
A prevenção dessas gripes e pneumonias, então, principalmente no período de festas de carnaval, “é tanto individual como coletiva”, como destaca o médico: imunização atualizada, etiqueta de higiene e distanciamento em períodos de alta circulação viral, alimentação equilibrada e hábitos saudáveis, como atividade física, são alguns itens fundamentais.
Quando procurar ajuda médica
O médico Álvaro Madeira recomenda que, caso apresente sintomas comuns às síndromes gripais, o paciente mantenha uma boa hidratação, evite a automedicação e monitore o possível surgimento de sinais de alerta, como:
- Falta de ar ou desconforto respiratório;
- Febre alta;
- Desorientação;
- Sonolência excessiva;
- Alteração na cor das extremidades do corpo, a chamada cianose;
- Tosse com expectoração com pus ou sangue.
Nesses casos, é fundamental procurar uma unidade básica de saúde. “A maioria das síndromes gripais se resolve sem a interferência medicamentosa ou uma assistência hospitalar. Mas é importante reconhecer sinais que podem indicar complicações como pneumonia ou agravamento de alguma doença preexistente”, situa.