Cresce número de casais sem filhos no Ceará, aponta IBGE

Percentual de famílias nesse perfil aumentou de 14% para 20% entre dois Censos.

Escrito por
Nícolas Paulino nicolas.paulino@svm.com.br
Foto de um casal heterossexual caminhando de mãos dadas em um espigão na Beira-Mar, sob um céu azul e ensolarado. O mar rodeia a passarela branca com bancos ao centro. Algumas pessoas aparecem ao fundo, aproveitando o dia à beira do oceano Atlântico.
Legenda: Brasil segue tendência de redução de casais com filhos em todos os Estados.
Foto: Natinho Rodrigues.

A composição familiar no Ceará passou por mudanças significativas entre os Censos Demográficos de 2010 e 2022. O Estado acompanhou a tendência nacional de redução de casais com filhos e avanço das uniões sem filhos, refletindo transformações sociodemográficas como envelhecimento populacional, queda da fecundidade e novas formas de organização familiar. 

É o que apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estudo “Nupcialidade e Família: Resultados preliminares da amostra”, divulgados nesta quarta-feira (5).

Em 2010, metade das famílias cearenses era formada por casais com filhos (50,63%). Já em 2022, essa fatia caiu para 42,31%. No mesmo período, o percentual de casais sem filhos saltou de 14,85% para 20,73%.

No recorte regional, o Ceará é um dos estados nordestinos com menor porcentagem de casais sem filhos. Apenas Alagoas (20,01%), Piauí (20,38%) e Maranhão (18,11%) apresentaram índices inferiores ao cearense.

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Segundo os pesquisadores do IBGE, alguns fatores influenciaram no aumento desse percentual:

  • Mudanças na estrutura da família
  • Maior participação da mulher no mercado de trabalho
  • Baixas taxas de fecundidade
  • Envelhecimento da população

Veja o ranking nacional de casais sem filhos:

  1. Rio Grande do Sul – 30,28%
  2. Santa Catarina – 29,74%
  3. Paraná – 27,01%
  4. Rio de Janeiro – 26,77%
  5. Espírito Santo – 26,51%
  6. Rondônia – 25,88%
  7. Mato Grosso – 25,53%
  8. Goiás – 25,51%
  9. São Paulo – 25,17%
  10. Mato Grosso do Sul – 25,08%
  11. Minas Gerais – 24,06%
  12. Tocantins – 22,26%
  13. Paraíba – 22,07%
  14. Rio Grande do Norte – 21,84%
  15. Bahia – 21,70%
  16. Pernambuco – 21,58%
  17. Distrito Federal – 21,11%
  18. Sergipe – 20,79%
  19. Ceará – 20,73%
  20. Piauí – 20,38%
  21. Alagoas – 20,01%
  22. Maranhão – 18,11%
  23. Pará – 18,43%
  24. Acre – 17,98%
  25. Roraima – 16,85%
  26. Amazonas – 15,08%
  27. Amapá – 14,33%

Mães e pais solo

Quando se observam os casais com filhos, o cenário se inverte. Entre as maiores proporções do Nordeste, estão Alagoas (43,81%) e Piauí (43,59%). O Ceará, com 42,31%, ficou próximo à mediana nordestina, mas abaixo de estados como Maranhão (43,19%) e Paraíba (42,73%). Pernambuco registra o menor percentual da região (41,07%).

Outro destaque do Censo é a expansão das famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge e com filhos, que passaram de 12,40% para 14,78% das famílias cearenses no período. O indicador reforça um fenômeno já identificado por especialistas: a crescente centralidade feminina na chefia do lar. 

Já os homens responsáveis sozinhos por famílias com filhos aparecem em proporção bem menor, mas também com leve avanço: de 1,56% para 1,90%.

Tendência nacional

No Brasil como um todo, os dados do IBGE mostram um redesenho da estrutura familiar: casais com filhos passaram de 49,39% para 42,04% entre 2010 e 2022, enquanto casais sem filhos aumentaram de 17,73% para 24,12%. 

O país também registrou crescimento na proporção de famílias chefiadas por mulheres com filhos, de 12,19% para 13,49%.

Estados do Sul e Sudeste lideram a transição. No ranking de casais sem filhos, o Rio Grande do Sul (30,28%) ocupa o topo, seguido de Santa Catarina (29,74%) e Rio de Janeiro (26,77%). 

Já os maiores percentuais de casais com filhos estão no Acre (45,13%), Pará (44,29%) e Amazonas (44,20%), apontando a permanência de perfis familiares mais tradicionais na Região Norte.

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