Com 35 óbitos, julho tem semana com maior número de mortes por Covid desde março no Ceará

Maior número de casos confirmados eleva letalidade, mas imunização garante proteção coletiva em relação aos picos anteriores da doença

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Vacinação
Legenda: Vacinação em dia garante proteção contra as formas graves e mortes pela doença
Foto: Thiago Gadelha

A curva que mostra as vidas perdidas para a Covid voltou a subir e o registro de mortes cresceu mais de 4 vezes entre a última semana epidemiológica de junho e a primeira de julho. No período, o total passou de 7 para 31 óbitos por complicações ligadas ao coronavírus - aumento de 343%. Ainda assim, as mortes são bem menores do que em outros momentos de alta transmissão.

A última vez em que o Estado registrou mais de 30 mortes por Covid em uma semana foi entre os dias 6 e 12 de março, quando houve 31 óbitos. Os números mais altos de morte permanecem em julho: 16 óbitos foram registrados entre os dias 3 e 9 do mês.

Não houve registro de mortes nos dias 29 de maio até 4 de junho. Os dados são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) atualizados nesta segunda-feira (11) e estão distribuídos conforme a divisão de calendário feita pelo Ministério da Saúde.

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Os dados podem ser alterados, porque as mortes em investigação são referentes aos exames ainda em análise para verificar se o paciente estava infectado pelo coronavírus. Confira a variação por semana epidemiológica:

Embora os números de mortes estejam em crescimento não se aproximam de momentos mais críticos registrados neste ano. O fim de janeiro é uma amostra disso: entre os dias 23 e 29 foram 332 vidas perdidas para a doença.

O atual crescimento acontece num contexto de aumento dos casos da doença. Em junho, por exemplo, 4 a cada 10 exames apontavam a infecção pelo coronavírus no Ceará - naquele mês foram feitos 57.985 testes e 23.435 casos foram confirmados (40,4%).

Por outro lado, Fortaleza não registra óbitos por Covid há quase um mês e meio. O último paciente vítima da doença morreu no dia 24 de maio, como registra a plataforma IntegraSUS da Sesa.

“A gente está com um número muito maior de casos e as mortes são proporcionais a isso, embora a gente tenha um número muito menor em relação ao ano passado e ano retrasado”, explica Mônica Façanha, infectologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Essa menor mortalidade está ligada a proteção das vacinas contra as formas graves da Covid e os ajustes no tratamento de pacientes ao longo da pandemia. Por isso, a infectologista reforça a importância de cumprir o calendário vacinal.

“Precisamos ter fé nas vacinas e acreditar que funcionam, porque quando temos mais gente sem vacina, tem mais transmissão e os vírus vão alcançar as pessoas que não estão imunizadas”, alerta sobre o risco de mortes em que não está protegido.

Novas subvariantes e reinfecção

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará confirmou a presença das subvariantes mais transmissíveis do coronavírus, a BA.4 e BA.5, no Estado na última semana. Os especialistas indicam que essas formas do vírus são associadas a casos de reinfecção.

Com isso, pode haver um aumento de casos porque a forma do vírus é diferente daquela que já circulou em outros momentos de maior transmissão. 

“Toda hora a gente está sabendo de outra variante e precisamos estar atentos para vacinar, porque enquanto a imunização for efetiva estamos protegidos”, completa Mônica.

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