IDT projeta 60 mil vagas em 2016, saiba onde

O setor de Serviços, principalmente na área de turismo, é o que deve gerar o maior número de empregos

Escrito por Jéssica Colaço - Repórter ,
Legenda: A meta do Sine/IDT é manter a taxa de aproveitamento de 66% das vagas, registrada neste ano, ao longo de 2016
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

O cenário delicado e de certa forma instável da economia deve continuar nesta mesma situação ainda ao longo de 2016, mas as vagas de emprego, pelo menos no Ceará, apontam para um pouco de otimismo, com redução nas demissões e o preenchimento de mais de 60 mil vagas. A projeção é do assessor da presidência do Sistema Nacional de Emprego/ Instituto de Desenvolvimento do Trabalho no Ceará (Sine/IDT), Antenor Tenório, que aponta o setor de Serviços e o turismo de negócios como as áreas mais promissoras para o próximo ano.

A meta, segundo Tenório, é inserir no mercado de trabalho em 2016, por meio do Sine/IDT, o mesmo quantitativo deste ano, que foram 63 mil pessoas, mantendo a taxa de aproveitamento de 66%. "A gente tem uma estimativa de colocação no setor de Serviços pelo fato de no Estado, principalmente em Fortaleza e região metropolitana, predominar a questão do turismo, que vai ser a cadeia responsável pela geração de empregos em 2016", detalha o assessor.

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A instalação da cadeia produtiva relacionada à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deve gerar três mil vagas para as empresas que vão fornecer insumos e serviços para o complexo, segundo Tenório. "O comércio também pode abrir mais vagas, principalmente com a inauguração de mais um shopping na Capital", estima.

O assessor do Sine/IDT lista as funções que devem abrir mais vagas em 2016: alimentador de linha de produção; teleoperador; assistente administrativo; servente de obras; vendedor de comércio varejista; faxineiro; trabalhador da agropecuária; operador de caixa; repositor de mercadorias; e auxiliar de escritório geral.

Exigências

No caso das vagas para servente de pedreiro, Tenório explica que mesmo em um momento de desaquecimento da construção civil, algumas obras, como as públicas, continuam sendo tocadas. Já os empregos no setor agropecuário, acrescenta, mantêm a rotatividade devido à produção nos perímetros irrigados, que sustentam a produção mesmo nos períodos de seca.

O perfil dos trabalhadores procurados pelas empresas para o próximo ano, explica Tenório, revela maior seletividade e exigência dos contratantes. "Com essa situação, que tem um exército maior de pessoas, as empresas estão mais exigentes. O perfil exigido é que tem que ser jovem, ter melhor escolaridade, mais conhecimentos, mais atitude, mais habilidades", lista, reconhecendo que, antes, as empresas tinham mais flexibilidade.

Além dessas exigências, Tenório cita características que garantem destaque no mercado, como a habilidade para trabalhar em equipe e lidar com o público e o conhecimento de outra língua.

Outro aspecto que fica evidente neste cenário de vagas escassas é a preferência pelos chamados multiprofissionais, que assumem mais de uma função em uma empresa. "Num processo de desemprego, as empresas acabam estimulando os profissionais a serem multi, assumirem atividades de duas ou três pessoas, e como o trabalhador está muito preocupado com a situação, ele faz um esforço para continuar empregado", aponta o assessor, reconhecendo, contudo, que esse contexto nem sempre é benéfico para o trabalhador.

Menos demissões

Tenório lança, ainda, outra estimativa otimista em meio ao cenário de crise econômica, afirmando que as demissões, em 2016, serão em menor quantidade. "As empresas já se reorganizaram e fizeram seus ajustes com relação ao quadro de funcionários em 2015, aquelas demissões em grande quantidade já aconteceram. 2016 vai ter um alívio em relação ao desemprego, vai continuar, mas não como neste ano", pondera.

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