Restaurantes orientais de Fortaleza oferecem opções de pratos isentos de insumos de origem animal
O tradicional prato da culinária japonesa assume novas formas inspiradas pelo movimento do veganismo
Engana-se quem pensa que sushi é sinônimo de peixe cru. O tradicional prato da culinária japonesa, marcado pelo arroz temperado, alga e shoyu, assume novas formas inspiradas pelo movimento do veganismo. Na Capital, estabelecimentos subvertem o clássico e buscam adaptações sem o uso de insumos de origem animal.
O Kojima Sushi é um deles. Com a proposta de se diferenciar no mercado, o desejo de oferecer sushis veganos esteve presente desde o começo dos planos de Thais Camargo e Marcelo Morais, sócios do restaurante. "Queríamos atender tanto o público tradicional quanto o vegano, que é um nicho de mercado que vem crescendo bastante", explica Thais.
Entretanto, a distinção não para na oferta das receitas sem carnes, mas segue em todo o ambiente do estabelecimento. Fugindo do preto e vermelho, traz decoração mais colorida e embalada pelos sons do reggae.
Outro diferencial está na diversidade de verduras e legumes para o cliente montar seu prato. Acelga, abacate, abobrinha, cenoura, couve-manteiga, batata-baroa, berinjela, brócolis, beterraba, manga, kiwi, pepino, tomate seco, shimeji, shitake e alho- poró estão dentre a gama de insumos oferecidos para o recheio do sushi. "Todo nosso hortifrúti é orgânico, exceto a acelga, laranja e limão. Isso para garantir comida de qualidade, sem tanto agrotóxico, algo imprescindível para esse público", completa.
As opções veganas no cardápio não são direcionadas apenas para aqueles que já não consomem alimentos de origem animal, mas também para aqueles que desejam diminuí-lo. A iniciativa se concretiza por meio do movimento "Segunda Sem Carne", que sugere a substituição da proteína animal pela vegetal, em pelo menos um dia na semana. Para tanto, o Kojima também se movimenta. Às segundas, os sushis veganos e vegetarianos saem por R$ 1 a peça.
Novas possibilidades
No Brasil, as receitas clássicas sempre ganharam releituras. Fritar a iguaria japonesa e nela adicionar 'cream cheese', ou um queijo cremoso, tornaram-se elementos essenciais para o 'sushi abrasileirado'.
Entretanto, por ser de origem animal, o Yaki Way encontrou uma alternativa para o queijo, que ainda garante a cremosidade e o sabor singular do prato: um refogado à base de tomate seco. Éder Coelho, proprietário do estabelecimento, afirma que o principal motivador é "agradar esse público (vegano) que é diferenciado, educado e exigente".
Inovação é palavra-chave do Yaki Way. Localizado no Benfica, o restaurante contou com as grandes influências exercidas pelo bairro e seus habitantes para incorporar opções acessíveis a quem não consome carnes. "O que primeiro nos estimulou a fazer esses pratos foram os funcionários e proprietários do Mandir (um outro restaurante vegano também situado no bairro) que vieram e pediram por um yakissoba vegano. Foi quando tudo começou", conta Éder.
Além dos sushis, que possuem como opções de recheios shitake, shimeji, tomate-seco, brócolis, pepino e manga, também são oferecidos outros pratos da gastronomia oriental em suas versões veganas, como o yakissoba e o tempurá.
Ecológico
O veganismo vai muito além do prato. Ele compõe um grande movimento de sustentabilidade que visa diminuir os impactos negativos das nossas ações sobre o planeta. Em prol desta causa, o Konibaa se mobiliza para além da oferta de sushis e temakis veganos, pois busca reduzir a utilização de plásticos em suas embalagens e substituí-las por papel.
"O Konibaa fez 10 anos em 2019. Nessa parte de vegetarianos, nós já temos algumas opções, ainda limitadas. Mas continuamos pesquisando este segmento e pensando em algumas ações sustentáveis para trabalhar ainda mais essa linha ecológica", conta Heyner Fortunato, um dos sócios do restaurante.
Ricardo Facchini, também proprietário, explica que a linha existe há mais de um ano e conta com sushis e temakis de abacate, cenoura, shimeji, shitake, manga e pepino. "Com a demanda, a gente decidiu colocar e é uma aposta crescente. Tem cada vez mais pessoas querendo e aderindo ao veganismo", completa.