Pavilhão do Brasil é premiado na Bienal de Arquitetura de Veneza

Pela primeira vez, arquitetos brasileiros recebem o prêmio Leão de Ouro

Escrito por Diário do Nordeste e Agência Brasil ,
Legenda: Pavilhão do Brasil retrata o Brasil do Xingu, da Amazônia brasileira
Foto: Foto: Rafa Jacinto / Fundação Bienal de São Paulo

O Pavilhão do Brasil recebeu o Leão de Ouro de melhor Participação Nacional na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia, em Veneza, no último sábado (20), com a exposição Terra. 

Organizado pela Fundação Bienal de São Paulo em parceria com o Ministério da Cultura e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o projeto tem curadoria de Gabriela de Matos e Paulo Tavares. 

"Estamos muito felizes por ter recebido esta oportunidade, inspirados por Lesley Lokko, de apresentar o Brasil como um território diaspórico, com grandes contribuições ancestrais das comunidades afro-brasileiras e indígenas. Acreditamos que essas são as tecnologias que devem fazer parte das soluções para criar um futuro diferente e mais igualitário para a humanidade e para restaurar e proteger nosso mundo natural", disseram. 

A posição do júri para conceder a premiação por ser "uma exposição de pesquisa e intervenção arquitetônica que centra as filosofias e imaginários das populações indígenas e negras em direção a modos de reparação".

A Ministra da Cultura Margareth Menezes afirmou estar muito feliz com o prêmio que recoloca o Brasil no no cenário mundial da arquitetura. “É uma exposição que traz para a Bienal de Veneza as origens do nosso País. Parabéns aos curadores Gabriela Matos e Paulo Tavares, e a todos que trabalharam no nosso pavilhão". 

Exposição Terra

A mostra retrata o Brasil do Xingu, da Amazônia brasileira. Os curadores sugerem pensar o país como chão e território, proporcionando uma experiência direta com territórios indígenas e quilombolas.

Conta com a colaboração dos seguintes participantes: povos indígenas Mbya-Guarani; povos indígenas Tukano, Arawak e Maku; tecelãs Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá); Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho); Ana Flávia Magalhães Pinto; Ayrson Heráclito; Day Rodrigues em colaboração com Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA); coletivo Fissura; Juliana Vicente; Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias.

A exposição coloca a terra no centro do debate, para isso, o pavilhão foi preenchido com terra. "Nossa proposta curatorial se baseia em pensar o Brasil como terra. Terra como solo, fertilizante, terreno e território. Mas também terra em seu sentido global e cósmico, como planeta e casa comum de toda a vida, humana e não humana", explicam os curadores. 

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