No rastro de Round 6: conheça restaurantes e pratos da culinária da Coreia do Sul em Fortaleza
Experiência gastronômica permite diálogos interculturais
Há muitas maneiras de conhecer a cultura de um país antes mesmo de visitá-lo e a gastronomia é, provavelmente, uma das mais sensoriais delas. Assistir uma série como Round 6 ou um filme como Parasita nos aproxima e muito da Coreia do Sul, por exemplo, mas provar do tempero e até bater um papo com alguém que nasceu lá são atividades que aprofundam ainda mais essa vivência. E a boa notícia é que isso é possível na cidade de Fortaleza.
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Há oito anos, Hyun Woo Sung, 42, trocou definitivamente as praias de Busan, segunda cidade mais populosa de seu país de origem, pelo litoral cearense. Inicialmente, ele veio para cá a fim de trabalhar no Porto do Pecém, e, há seis anos e oito meses, fundou o restaurante K-BaB, localizado no Meireles.
Em um primeiro contato, é com o nome Branco Sung que ele se apresenta, apelido adquirido quando trabalhou com mexicanos durante uma temporada em Nova York. Mas o bronze adquirido em Fortaleza, afirma, tem causado até um certo alvoroço entre os clientes que frequentam o empreendimento gastronômico para entender melhor essa cultura.
Conceitos fundamentais
Na hora de mostrar a comida, Sung mantém a didática.
“Se precisar falar características da culinária coreana em uma palavra, seria harmonia. Geralmente, coreanos gostam de usar vários ingredientes junto, como verduras, legumes, carnes e frutos do mar para fazer pratos. E tentam fazer comida mais gostosa pelo sabor da combinação (harmonia) dos ingredientes”, introduz a conversa.
O empresário não nega as similaridades com a gastronomia japonesa, até pela proximidade geográfica, mas enfatiza que a comida coreana usa mais verduras e legumes e menos gorduras.
Filha da mesma pátria, mas nascida em Seul, a proprietária do restaurante K-Pop & Food, na Parquelândia, Carolina Yang, 30, acrescenta outras evidências da culinária coreana a estes pilares apresentados por Sung.
“A principal característica é comer o arroz e os pratos pequenos (banchan) como acompanhamento. Arroz é feito só com a água, sem nenhum tempero, e os pratos pequenos geralmente são bem temperados para fazer melhor combinação com o arroz. Tem muita comida fermentada, conservas e sabor picante que trazem benefícios a nossa saúde”, explica.
Carolina, aliás, também é uma espécie de apelido adotado no continente americano. Chan é o nome de registro da empresária que deixou a capital da Coreia do Sul, em 2014, para trabalhar no Ceará, oferecendo opções da culinária coreana aos conterrâneos dela que vieram trabalhar no Porto do Pecém.
Desde 2017, o leque ampliou-se. Antes localizado no Cumbuco, o restaurante, à época conhecido como Doldan, passou a atender também clientes brasileiros. Fechado em 2018, ele reabriu em 2019, em Fortaleza, já com a identidade K-Pop & Food, e literalmente um prato cheio para a turma mais jovem que curte um karokê.
Carros-chefe dos cardápios
Apesar dos nomes em coreano, as comidas disponíveis nos dois restaurantes carregam uma certa proximidade com ingredientes que os cearenses já estão acostumados. No K-BaB, por exemplo, o que mais atrai o paladar dos clientes é o Japchae, um macarrão feito de batata doce com legumes, carne (ou camarão) e finíssimas fatias de omelete e molho especial.
Já no K-Pop & Food, o prato com mais saída se chama Dakgangjeong, uma bolinha de frango frito com molho agridoce levemente picante.
Aliás, é exatamente nos temperos que essas opções se destacam. Eles são comprados de São Paulo, que, por sua vez, importa da Coreia do Sul.
“Os ingredientes mais utilizados para o molho são pasta de pimenta (gochujang), shoyu e óleo de gergelim. O shoyu e óleo de gergelim conseguimos comprar em Fortaleza, mas a pasta de pimenta de maior recipiente só se consegue em São Paulo. É um dos ingredientes mais caros no restaurante”, explica Carolina Yang.
Branco Sung, por sua vez, afirma trazer de lá tanto gochujang como gochugaru (pimenta em pó) e chamgirum (óleo gergelim coreano).
Outros pratos tradicionais
Se a ideia é se aventurar para além dos carros-chefe das casas, porém, não faltam opções. No K-BaB, Sung lista:
- Bibimbap: Bowl de arroz, legumes, ovo, carne (ou camarão) que acompanha molho gochujang;
- Bulgogi: Carne de boi marinada com temperos coreanos;
- Mandu: Pastel coreano recheado com tofu e legumes ou com mix de carnes e legumes. Esse vai bem com um suco prensado a frio na Hurom, máquina tradicional coreana.
E no K-Pop & Food, Yang destaca, além dos já citados:
- Samgyeopsal: churrasco feito com fatias de barriga de porco marinado com temperos coreanos;
- Jeyuk bokkeum: composto de carne de porco marinada na pasta de pimenta coreana e legumes;
- Sopa de kimchi: sopa tradicional coreana feita com a acelga fermentada picante. Dentro da sopa tem cebolinha, pimenta, cebola e carne de porco;
- Special bokkeumbab: especial da casa para iniciantes na culinária coreana. Este prato contém 4 tipos de comidas principais desta gastronomia: Bulgogi, Jeyuk bokkeum, Dakgangjeong, Yakisoba e arroz refogado com a pasta de pimenta típica.
Aposto que deu fome ou, no mínimo, uma baita curiosidade, né? De acordo com os dois empresários, a busca pelos restaurantes dedicados a essa culinária aumenta um pouco mais, e entre diferentes faixas etárias, cada vez que a cultura coreana está em evidência em alguma série ou filme. Está esperando o que para entrar neste grupo?
Serviço
K-BaB (@kbab.fortaleza)
Funcionamento: De segunda a sábado, de 12h às 15h e de 18h às 21h
Endereço: Av. Desembargador Moreira, 90 - Meireles
Cardápio on-line
Contatos: (85) 3085-1760 e (85) 9 8158-3326
K-Pop & Food (@kpopnfood)
Funcionamento: De segunda à quinta, de 16h30 às 21h30. Sextas e Sábados, de 16h30 às 22h. Karaokê grátis aos sábados.
Endereço: R. Prof. Lino Encarnação, 191, Parquelândia
Cardápio on-line
Contatos: (85) 3771-8986 e 98852-0472