Fã de música instrumental? Veja lista com nomes de destaque na cena autoral do Ceará
Com trabalhos que abraçam ritmos do choro ao jazz, estes artistas entregam discos que evidenciam a riqueza sonora da atual cena
Ao longo das décadas, várias mentes criativas estabeleceram a força da música instrumental cearense. A variedade dos discos que chegam ao mercado evidenciam o bom momento do gênero no Estado. Com timbres e sons brasileiríssimos, essa turma casa influências várias como choro, jazz e eletrônico.
Esta história segue os passos de nomes como Manassés de Sousa, Nonato Luiz, Macaúba do Bandolim, Cristiano Pinho, Adelson Viana, Descartes Gadêlha, Carlinhos Patriolino, Mimi Rocha, Pantico Rocha, dentre inúmeras referências.
Recentemente, as partidas dos músicos Luizinho Duarte e Tarcísio Sardinha deixou órfãos artistas e fãs dessa arte produzida em chão cearense. Para celebrar esta memória musical, selecionamos alguns lançamentos no mercado que destacam a cena instrumental do Ceará. É dar o "play" e curtir estes bons sons!
Por um trio
Celebrando em ótimo estilo os 10 anos de carreira, o Por um Trio lançou, em março, o primeiro álbum do grupo. Reunindo oito faixas, "Por um Trio" guarda influência das concepções harmônicas e melodias do jazz e música brasileira, onde as referências de cada integrante se destaca.
André Benedecti (bateria), Iury Batista (baixo) e Hermano Faltz (guitarra) destilam sonoridades de diversas épocas e expressões como rock, bossa nova, pop ou samba-jazz. Para completar o tempero, o registro conta com participação especia do virtuoso pianista Thiago Almeida.
Cainã Cavalcante
Referência no atual violão brasileiro, Cainã Cavalcante se destaca pela iventividade e criação prolífica. Com mais de 20 anos de carreira e sete discos lançados, o cearense assina diversos concertos por Brasil, América Latina e Europa, tocando em países como Alemanha, Áustria, Holanda e França.
O mais recente trabalho do violonista é "Sinal dos Tempos - Cainã Toca Garoto", que homenageia Annibal Augusto Sardinha, o gênio das cordas “Garoto”. Atualmente, Cainã mora na cidade de São Paulo e tem firmado parcerias com nomes como Hamilton de Holanda, Ney Matogrosso, Fabiana Cozza, Mestrinho, Maria Gadú e Ricardo Barcelar.
Michael Pipoquinha
Com apenas 27 anos, este filho de Limoeiro do Norte (198 km de Fortaleza) é considerado um dos expoentes brasileiros nos graves do contrabaixo. São quatro discos solo desde a estreia com "Cearensinho" (2015).
Em 2023, o baixista entregou o trabalho "Um Novo Tom", que contou com show de lançamento no último dia 22, no Blue Note, em São Paulo.O novo trabalho reuniu participações de Vanessa Moreno, Mestrinho, Matu Miranda e do próximo artista da lista, o pianista Thiago Almeida.
Thiago Almeida
Por influência do pai, Maestro Júnior, Thiago Almeida já brincava com o teclado desde os cinco anos. Hoje, o pianista e compositor é dono de uma carreira elogiada e repleta de parcerias. Em 2004, fundou o grupo Cabeça de Téjio, no qual experimentou as primeiras composições.
Quatro anos depois, após convite do mestre Luizinho Duarte, passa a integrar como pianista o grupo Marimbanda. Em 2012, ganhou o concurso nacional de novos talentos do festival CopaFest(RJ), com o parceiro de DuoElo, Cainã Cavalcante.
Seguiram-se os discos "Uneração Vital" (com o Thiago Almeida Trio), "Permanências" (2021), "A Natureza de Cada Vez" (2022). O mais recente é "Semear", que chegou ao mercado em janeiro de 2023.
Jorge Helder
Filho de um funcionário público e uma professora de bordado, Jorge Helder chegou na música por intermédio de uma tia que era dona de uma escola de música. Ainda na infância vivida em Fortaleza, integrou grupo de chorinho (tocando bandolim) e chegou a ter banda de rock na qual iniciou a paixão pelo baixo.
Os estudos e vivências por palcos transformaram o cearense em um dos grandes nomes da música instrumental brasileira. Segundo o Dicionário Cravo Albin, gravou mais de 350 álbuns e a carreira inclui trabalhos com Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Marcos Valle, Sandra de Sá, Gal Costa, Edu Lobo, entre outros nomes da MPB.
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Mesmo com estrada tão prodigiosa, os discos solo de Helder ganharam o mercado só recentemente. Em 2018, veio "Anathema", seguido do elogiado "Samba Doce" (2020). O último trabalho de estúdio é "Caroá" (2022), que evidencia a riqueza musical de um dos contrabaixistas mais requisitados nos palcos e estúdios do País.
Felix Quarteto
2021 marcou a chegada do primeiro registro do Felix Quarteto. Com oito músicas, "Bem Melhor" contempla todo o caldeirão sonoro imaginado pelo grupo.
Formado pelos músicos Alisson Felix (Violão), Ednar Pinho (Baixo), Cristian Rocha(Piano) e Bruno Vasconcelos(Bateria), o quarteto mergulha na música instrumental, passando por gêneros como jazz, choro e outros estilos brasileiros, além de trabalhar composições dos membros.
Moacir Bedê
Com notório domínio de estilos como choro, frevo, baião, maxixe e bossa nova, Bedê apresentou-se em diferentes cidades brasileiras e palcos de Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Argentina.
Em 2009, lançou o primeiro CD “Outros Sambas”, no qual incluiu músicas de sua autoria como “Balaio de gatas”, “Aquela flor” (com Valdo Aderaldo), “Panelada”, entre outras. Assina também os discos "Outros Baiões" e "Another Jazz", ambos de 2021.
Hérlon Robson
Multi-instrumentista, compositor de trilhas sonoras para cinema e TV, Hérlon Robson tinha apenas 10 anos quando despontou nacionalmente com o disco solo "O Garoto e os Teclados" (1985). Desde então, o músico construiu uma carreira na música cearense.
Com produções voltadas para o audiovisual, escrevendo temas originais para filmes como "Vida Maria" (2007), "Os Pobres Diabos" (2013), "Shaolin do Sertão" (2016), "Bem Vinda a Quixeramobim" (2022) e "Cangaceiro do Futuro" (2022).