Especialista orienta como identificar síndrome depressiva

A doença afeta mais de 322 milhões de pessoas no mundo

Escrito por Estadão Conteúdo ,

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a depressão afeta mais de 322 milhões de pessoas, o valor corresponde a 4,4% da população mundial. O Brasil registra 11,5 milhões de casos. O psiquiatra e psicogeriatra João Paulo Martins ressalta a importância do diálogo para identificação dos sintomas.

"É fundamental que exista um canal de comunicação aberto e afetivo. Agir com preconceito pode impedir pessoas de procurar ajudar", destaca. 

Sintomas

Os indícios da depressão podem se manifestar de diferentes formas, sendo mais comum a ocorrência de mudanças no humor, perda de prazer, labilidade afetiva (choro fácil), diminuição de energia, fadiga intensa, aumento ou diminuição do sono e apetite.

Em casos mais graves, o paciente pode apresentar ideação suicida, automutilação e sintomas psicóticos. "O primeiro passo é, por meio de exames, checar se os sintomas são orgânicos, causados por disfunção hormonal ou deficiência de vitaminas. Descartada estas hipóteses, iniciamos o tratamento da doença", explica João Paulo. 

Apoio e acolhimento

As situações devem ser avaliadas individualmente. Uma análise clínica minuciosa é fundamental para traçar as melhores estratégias no tratamento da depressão. "Nos casos moderados e graves sempre será necessário o uso de medicação antidepressiva, podendo ser combinada com outras medicações para potencializar o tratamento. É imprescindível o acompanhamento com psicoterapia, devendo considerar outros profissionais como terapeuta ocupacional ou nutricionista", explica o especialista.

O apoio de familiares e amigos é importante, tanto na identificação do quadro de depressão, quanto no tratamento da doença. Segundo o especialista, o acolhimento deve ser o mais humano possível e sem preconceitos. "É preciso entender que se trata de uma doença, assim como um infarto ou acidente vascular, e que precisa de atenção e cuidado. A ciência nos mostra que essa síndrome não é resultado de preguiça ou falta de trabalho e sim uma patologia que afeta o corpo de forma sistêmica", explica João Paulo. 

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