Cearense Hélio Rôla expõe mais de 300 obras em primeira mostra do MAC após início da pandemia
Ao lado das pinturas, desenhos e ilustrações do artista, o Museu de Arte Contemporânea também apresenta a exposição "Um desvio nem sempre é um atalho", com obra de 10 artistas
Desenhos, pinturas e ilustrações compõem parte dos mais de 50 anos de produção do artista cearense Hélio Rôla. A partir desta quinta-feira (25), o Museu de Arte Contemporânea (MAC) apresenta uma seleção de 300 trabalhos do pintor por meio de ações virtuais no YouTube. A mostra é a primeira exibição do MAC em 2021, ao lado de "Um desvio nem sempre é um atalho", que apresenta o trabalho de 10 artistas que compõem o acervo do museu.
Para montar a exposição "Um Atlas para Hélio Rôla'', o processo de pesquisa foi inspirado no Atlas Mnemosyne de Aby Warburg e nos trabalhos de Didi Huberman. Com curadoria de Flávia Muluc, a mostra propicia uma experiência museológica engajada, apresentando obras de diferentes épocas, estilos e técnicas, sem estruturar uma proposta cronológica.
"O Atlas Mnemosyne de Aby Warburg se configura como um um verdadeiro inventário das criações e contribui para uma experiência onde a anacronia e as relações que as imagens estabelecem entre si pudessem potencializar uma reflexão e novas narrativas sobre a obra do artista Hélio Rôla, seja pelos educadores do museu, pelo próprio artista, como também para o público", diz a curadora.
A escolha da suspensão da ordem temporal busca romper com a objetividade que reduz as obras ao tempo de produção. A proposta é conectar os trabalhos de Hélio Rôla, de modo que eles dialoguem entre si, inspirando reflexões sobre a complexidade da produção artística do pintor.
"Ao me debruçar sobre seu percurso e suas obras, compreendi que não seria possível trabalhar de modo a obedecer uma linha do tempo, pois a produção do artista é intensa, múltipla e ininterrupta. Hélio Rôla produz diariamente, há mais de 50 anos, em diferentes formatos, técnicas e temáticas. Tentar traçar uma linha reta sobre seu percurso e produção era improdutivo", explica Flávia Muluc.
As exposições virtuais são uma tendência atual, mas Hélio Rôla vem utilizando as plataformas digitais há mais de uma década para ancorar seu trabalho. O artista transita com fluidez entre as galerias e o ambiente virtual. Desde 2010, o pintor utiliza suas redes sociais para compartilhar imagens de suas obras, as quais são publicadas quase sempre acompanhadas de reflexões e críticas sobre política e ciência.
“A possibilidade de comunicação com o público nas plataformas virtuais abriram novos caminhos na minha expressão artística. Desde 2010, venho utilizando a internet como plataforma para veicular minhas criações e suscitar narrativas. A partir da apropriação dos recursos tecnológicos disponíveis, os artistas passam a ter novas possibilidades de criar e expressar sua arte, enquanto o público tem um acesso ampliado e irrestrito à produções artísticas do mundo todo”, completa Hélio Rôla.
Um desvio nem sempre é um atalho
Embora apresente conexões nem sempre óbvias, a mostra "Um desvio nem sempre é um atalho" traz elaborações conceituais que se relacionam com as obras de Hélio Rôla. A exposição também entra em cartaz nesta quinta-feira (25), a partir das 12h, no YouTube.
A mostra apresenta trabalhos de 10 artistas - Chico da Silva, Eduardo Eloy, Grupo Aranha, Hélio Rôla, Hudinilson Júnior, Júnior Pimenta, Leonardo Videla, Leya Mira Brander, Paulo Bruscky, Sérgio Pinheiro e Siegbert Franklin - que fazem parte do acervo do museu e de um painel do Grupo Aranha.
A ação realizará ainda oficinas formativas em um ateliê virtual, até que as atividades possam ser realizadas presencialmente.
O MAC estava com atividades suspensas desde fevereiro de 2020 devido a uma reforma estrutural no prédio, que foi seguida da chegada do isolamento social rígido imposto pela pandemia. Com os espaços fechados desde então, o museu precisou adaptar suas atividades para o espaço virtual, inaugurando a nova temporada com duas mostras e mais de 300 obras expostas.
“É uma honra, nas atuais circunstâncias, participar da reabertura do Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar, um equipamento muito importante para as artes visuais do Ceará. Em decorrência da pandemia, contamos com a tecnologia disponível via internet para que essa exposição possa ser apreciada online e posteriormente de modo presencial”, completa Hélio.
Confira algumas obras que estão presentes na exposição:
Serviço
Lançamento do 1º Percurso Virtual pelas exposições "Um Atlas para Hélio Rôla" e "Um desvio nem sempre é um atalho”
Quinta-feira (22), a partir das 12h, no YouTube do Dragão do Mar.