Angelo Venosa morre aos 68 anos no Rio de Janeiro
O escultor é apontado como um dos principais nomes da chamada Geração 80
O artista plástico paulistano Angelo Venosa faleceu, nessa segunda-feira (17), aos 68 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência da esclerose lateral amiotrófica (ELA) — espécie de doença degenerativa que afeta o sistema nervoso e enfraquece os músculos. O escultor é apontado como um dos principais nomes da chamada Geração 80.
A morte já era esperada. Em 2021, ao ser homenageado pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) com a instalação de uma escultura própria no espaço térreo do projeto Clareira do museu no Ibirapuera, o artista apareceu bastante debilitado.
A peça exibida no MAC reúne elementos presentes na obra de Venosa, uma das mais originais da geração marcada pela onda neoexpressionistas que passou pelo mundo nos anos 1980. Ele foi o primeiro nome a ocupar esse espaço especial do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista no acervo — uma delas é uma gigantesca peça preta que pende do teto, dos anos 1980. O objeto evoca o enigmático monstro marinho criador por Piero Gherardi (1909-1971) para o filme A Doce Vida, clássico de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criado pelo suíço Hans Ruedi Giger.
Porém, ao contrário dos europeus, Venosa tinha uma relação estreita com o Brasil e as formas orgânicas das últimas esculturas retomam algo deixado para trás nos anos 1980, associada a uma morfologia pré-histórica, como a da gigantesca Baleia (esse não é o nome original), de 1988, hoje instalada em Copacabana, após ser transferida da Praça Mauá, no Rio.
O que é esclerose lateral amiotrófica?
Conforme o Ministério da Sáude, a ELA é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta paralisia motora irreversível. Pacientes com a condição sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar. O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos portadores mais conhecidos mundialmente da patologia.
Não há cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Com o tempo, as pessoas com doença perdem progressivamente a capacidade funcional e de cuidar de si mesmas. O óbito, em geral, ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.
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