007 volta com despedida de Daniel Craig; saiba origem e bastidores da franquia
Da literatura aos cinemas, o popular espião reúne quase 70 anos de história na cultura pop
"Meu nome é Bond, James Bond". Basta o bordão saltar na tela e somos imediatamente levados ao universo do espião mais famoso do entretenimento. Após 18 meses de adiamento por conta da pandemia, "007 - Sem Tempo para Morrer" chega aos cinemas nessa quinta-feira (30) e marca a despedida do ator Daniel Craig.
Sinopse do filme
Filmado em sete países diferentes (com locações da Escócia à Jamaica), o 25º capítulo da franquia é dirigido por Cary Joji Fukunaga (do ótimo "Beasts of No Nation").
Na trama, Bond está aposentado e curtindo umas férias no caribe. A paz acaba quando um velho amigo pede socorro. A missão é resgatar um cientista, o que acaba levando à trilha de um vilão armado com um perigoso aparato tecnológico.
Além das críticas positivas, "Sem Tempo Para Morrer" estreia com a responsabilidade de fazer o público voltar às salas de exibição. Presente há quase seis décadas nos cinemas, Bond lida com a era do streaming. Em maio deste ano, o estúdio MGM foi adquirido pela Amazon por quase US$ 9 bilhões. Sem Craig no projeto, fica a expectativa de quem assumirá o manto do anti-herói inglês.
Origem de James Bond
O personagem surgiu da criativa mente de Ian Fleming (1908-1964). O passado militar do escritor britânico lhe permitiu construir a aura do espião. O primeiro livro foi "Casino Royale" (1952). Com o sucesso, foram publicados mais 11 romances e duas coleções de contos publicados entre os anos de 1953 e 1966.
A sigla 007 explica o quanto Bond pode ser letal em suas missões. Conforme as histórias de Fleming, os números começando com "00" são dados a agentes do Serviço Secreto com "licença para matar". O primeiro filme veio em 1962 com "007 contra o Satânico Dr. No". No entanto, paira uma curiosidade. Essa não foi a aparição inical do espião nas telas.
Em 1954, o canal de TV CBS realizou uma dramatização ao vivo do livro "Casino Royale". Quis o destino que o primeiro Bond fosse norte-americano! Isso mesmo. O ator Barry Nelson (1917-2007) deu a largada (não oficial, diga-se) dessa tradição.
Atores de 007
Mesmo assim, no imaginário dos fãs, é Sean Connery (1930-2020) quem inicia a jornada cinematográfica de Bond. Ele protagonizou "Moscou Contra 007" (1963), "007 Contra Godfinger" (1964), "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965) e "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (1967).
Quando Connery cansou de bancar o agente secreto, o modelo australiano George Lazenby encarou o personagem no filme "A Serviço de Sua Majestade" (1969). A produção naufragou e Sean Connery voltou em 1971, em "Os Diamantes São Eternos".
Em 1973, Roger Moore (1927-2017) assumiu o desafio e lidera com sete trabalhos na franquia. Nos anos 1980, Timothy Dalton realizou "Marcado para a Morte" (1987) e "Permissão para Matar" (1989).
Na década seguinte, Pierce Brosnan manteve a franquia girando com quatro produções: "007 Contra GoldenEye" (1995), "O Amanhã Nunca Morre" (1997), "O Mundo Não é o Bastante" (1999) e "Um Novo Dia para Morrer" (2002).
Trilhas inesquecíveis
Para salvar o mundo de cientistas loucos, organizações secretas e toda sorte de inimigos bizarros, James Bond explodiu meio mundo. Do Harlem (em "Viva e Deixe Morrer") ao carnaval do Rio de Janeiro (em "Contra o foguete da morte"), cenários paradisíacos e perigos de tirar o fôlego preencheram a franquia.
Quando o assunto é 007 não podem faltar as tradicionais cenas de abertura (na qual o agente dispara contra o público por meio da visão da arma), temas musicais icônicos e as estrelas conhecidas como "Bond Girls".
Tão importante quanto as aventuras do inglês, as trilhas sonoras também são pontuais na fama da franquia. Idealizado por Monty Norman e John Barry (1933 - 2011) em 1962, o "James Bond Theme" tornou o agente mundialmente famoso.
As peripécias do agente 007 trouxeram ao público verdadeiras pérolas da música. Alguns clássicos são "You Only Live Twice" (1967), com Nancy Sinatra; "Live and Let Die"(1973), união entre Paul McCartney & Wings e o lendário George Martin; "Nobody Does It Better"(1977), com Carly Simon; "The World Is Not Enough" (1999), com Garbage, e mais recente Adelle, por "Skyfall".
Billie Eilish canta na produção de 2021.
Outro destaque fica por conta das produções ditas "não oficiais" de Bond. É o caso da comédia "Casino Royale" (1967) que apresenta uma trilha sonora assinada por Burt Bacharach. Para completar, o filme ainda conta com a balada "The Look of Love", imortalizada na voz macia da cantora inglesa Dusty Springfield (1939-1999).
007 no Ceará?
O sucesso da franquia rendeu inúmeras paródias e homenagens ao longo dos anos. Uma das mais inusitadas, infelizmente, possui quase nenhum registro. Em 1965, embarcando no sucesso do espião internacional, foi ao ar a novela "Ceará contra 007".
Com 60 episódios, a comédia reunia um elenco com Ari Toledo, Ronald Golias, Adoniran Barbosa e Jô Soares, que interpretou "Jaime Bond". O caso brasileiro se soma a outras paródias conhecidas do agente. De Austin Powers à Woody Allen, diferentes artistas empregaram bom humor para homenagear a criação de Ian Fleming.