Quinto suspeito da Chacina do DF é preso; entenda o que aconteceu e o que se sabe até agora
Inicialmente, as 10 vítimas foram reportadas como desaparecidas, mas os corpos foram encontrados e identificados
Mais um suspeito de envolvimento na morte de 10 pessoas da mesma família, no Distrito Federal, foi preso, na madrugada desta quinta-feira (26), em Itapoã, região administrativa da federação. Conhecido como Galego, o homem de 25 anos é o quinto indivíduo detido pela Polícia Civil por suposta ligação com a chacina.
Ele teria auxiliado no sequestro de uma das vítimas. Além dele, também foram capturados pelas autoridades: Gideon Batista de Menezes, de 55 anos; Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos; Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos; e Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos.
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Conforme o portal g1, eles são investigados pelos crimes de associação criminosa, extorsão mediante sequestro agravado pelo resultado morte, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Vítimas pertenciam a mesma família
O grupo é suspeito de envolvimento no caso que resultou na morte de 10 membros da mesma família. Inicialmente, as vítimas foram reportadas como desaparecidas, mas os corpos foram encontrados e identificados pelos agentes de seguranças. São elas:
- A cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos;
- O marido de Elizamar Silva, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos;
- Os três filhos da cabeleireira com o companheiro: os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, de 6 ano, e Gabriel da Silva, de 7 anos;
- O sogro de Elizamar e pai de Thiago, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos;
- A sogra da cabeleireira e esposa de Marcos Antônio, Renata Juliene Belchior, de 52 anos;
- A cunhada de Elizamar e irmã de Thiago, Gabriela Belchior, de 25 anos;
- A ex-esposa de Marcos Antônio, Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 54 anos;
- A filha de Marcos Antônio e Cláudia Regina, Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos.
Na quarta-feira (25), o quarto suspeito, Carlomam dos Santos, que era considerado foragido, se entregou à Polícia em São Sebastião, região do DF. As investigações apontam que ele conhecia algumas das vítimas e, em um vídeo, aparece comemorando com um dos outros detidos.
Ao g1, o advogado que representa a família de Elizamar, João Darc's, afirmou que o jovem disse, em depoimento, que o crime foi motivado por uma disputa de terras entre os indivíduos presos e duas das vítimas. A versão não foi confirmada pela Polícia Civil até a última atualização deste material.
Suposta atuação de cada suspeito
As autoridades trabalham com as informações de que pelo menos dois dos suspeitos conheciam os familiares que foram assassinados. São eles:
- Gideon Batista, que supostamente trabalhava com Marcos Antônio, uma das vítimas;
- Carlomam dos Santos também as conheceria, e já tinha contato com pelo menos um dos outro indivíduos presos pelo crime.
Em depoimento, Horácio Carlos confessou o envolvimento na chacina e chegou a dizer que parte das mortes haviam sido encomendadas por Marcos Antônio e Thiago — os corpos deles foram posteriormente encontrados. Já Fabrício Silva, o terceiro a ser detido, teria sido o responsável por manter parte dos membros da família em cativeiro.
O preso nesta quinta-feira teria atuado no sequestro de Thiago, segundo a publicação.
Um adolescente, de 17 anos, também foi apreendido pela Polícia Militar, na terça-feira (24), suspeito de participar da ação. Segundo a corporação, ele teria confessado envolvimento, mas como não foi pego em flagrante acabou sendo liberado. A Polícia Civil solicitou à Justiça a internação dele.
Hipótese de motivação
O advogado da família de Elizamar da Silva relatou ao portal g1 que o delegado da 6ª Delegacia de Polícia do DF, responsável pela investigação, apura se o crime foi realizado devido à disputa por terras em Planaltina, região da federação, onde Marcos Antônio e Renata Juliene, sogros de Elizamar, residiam.
O jurista detalhou que o terreno ainda teria sido objeto de uma ação que a família ganhou, mas que os suspeitos tentavam tomar.
As demais informações correm sob sigilo e o delegado deve falar tão logo conclua o inquérito. Mas, a verdadeira e principal motivação do crime eram as terras", pontuou João Darc's à reportagem.
Desaparecimento, cativeiro e corpos
Em 12 de janeiro, a cabeleireira Elizamar da Silva sumiu com os três filhos pequenos. Na ocasião, conforme a Polícia, ela teria saído de casa de carro para buscar o marido Thiago Gabriel Belchior. No dia seguinte, o veículo dela foi encontrado com quatro corpos carbonizados, próximo à Cristalina, em Goiás. Enquanto eles não foram identificados — e confirmados posteriormente que se tratavam da empresária e dos herdeiros —, a mãe e os herdeiros foram considerados desaparecidos.
Três dias depois, parentes reportaram o sumiço do companheiro da mulher, do sogro dela (Marcos Antônio), da sogra (Renata Juliene) e da cunhada (Gabriela Belchior) — respectivamente Thiago e o pai, a mãe e a irmã dele.
Em seguida, o carro de Marcos Antônio foi encontrado em Unaí, Minas Gerais, carbonizado com dois cadáveres, no fim de semana do desaparecimento da família. Posteriormente, as autoridades confirmaram que eles eram de Renata Juliene e Gabriela Belchior.
Na época, a Polícia ainda registrou o desaparecimento da ex-esposa da Marcos Antônio, Cláudia Regina, e da filha deles, Ana Beatriz.
Os agentes de segurança encontraram um cativeiro, que foi supostamente usado pelos criminosos para manter parte das vítimas. No local, eles encontraram outro corpo, esquartejado e enterrado. Os restos mortais confirmados como sendo de Marcos Antônio.
Nessa terça, foram achados os três últimos cadáveres, identificados como os das três vítimas restantes: Thiago Belchior, Claudia Regina Marques e Ana Beatriz Marques.
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