Jovem que comeu bolinho pode ter sido envenenado pelo padrasto; vítima está em estado grave
Veneno estaria misturado a massa do bolinho de mandioca que o rapaz ingeriu
O padrasto do jovem Lucas da Silva Santos, de 19 anos, Ademilson Ferreira dos Santos, teve a prisão temporária solicitada. A investigação sobre a tentativa de homicídio de Lucas mudou o foco diante das inconsistências do depoimento do padrasto, que se tornou o principal suspeito da tentativa de homicídio por envenenamento.
Ele praticava abusos sexuais contra os enteados, fato confirmado pela mãe.
O rapaz está internado em estado grave após ser envenenado com um bolinho de mandioca na sexta-feira (11), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A tia de Lucas era, até então, a principal suspeita do crime e negou ter colocado veneno nos bolinhos. Como os dois não tinham uma relação próxima, segundo familiares, Ademilson logo virou o principal suspeito após a acareação feita com os dois.
"Foi desligada totalmente a sedação para avaliar possível sequela neurológica. Os resultados oficiais dos exames toxicológicos estão em andamento", explicou a Secretaria de Saúde do município sobre o estado de saúde de Lucas, que segue internado na UTI do Hospital de Urgência da cidade.
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Segundo a delegada responsável pelo caso, Liliane Lopes Doretto, do 8º DP de São Bernardo do Campo, uma nova representação será feita à Justiça, pois os elementos levantados até agora apontam para a participação do padrasto. Também estão sendo tomadas outras medidas, e testemunhas estão sendo ouvidas para ajudar na investigação.
Os agentes apontam que Ademilson foi o responsável por distribuir os bolinhos de mandioca para os familiares na noite de sexta-feira, incluindo o jovem, e no depoimento, tentou culpar sua irmã, que preparou os alimentos para a família de Lucas.
"O próprio Ademilson escreveu dizendo que não aguentava mais aquela conduta indisciplinada do Lucas, indisciplinada porque ele não queria mais viver na casa", disse a delegada Liliane, que considera o caso como encerrado.
"Juntando todo o quebra-cabeça, hoje eu posso afirmar: é uma história macabra, de elementos de subjugação de anos, com aspectos de viés emocional, psicológico. É bastante complicado e bastante cruel”, afirma.
Para a investigação, o uso de chumbinho foi descartado, com a delegada ainda aguardando os resultados de laudos periciais para identificar que substância tóxica foi usada para envenenar os bolinhos. O caso foi registrado como tentativa de homicídio.