A barragem 14 de Julho rompeu, nesta quinta-feira (2), devido às fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul. O rompimento ocorreu na usina hidroelétrica que fica em Bento Gonçalves e Cotiporã. A notícia foi confirmada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por meio das redes sociais. Segundo o gestor, a Defesa Civil está trabalhando para retirar os moradores que habitam próximo às margens do Rio das Antas.
"A gente buscou fazer todo o trabalho possível para evitar o rompimento, mas com o volume d'água não conseguimos ter o acesso nem com os helicópteros para levar os técnicos. Esse rompimento vai ter um efeito de resposta hidrológico, ou seja, de elevação do nível do rio de Taquari e da bacia de Antas-Taquari", disse o governador.
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"É uma situação dramática que nós vivemos no Rio Grande do Sul, absolutamente excepcional, pior do que qualquer quadro que nós pudéssemos ter anteriormente e que precisa que todos se coloquem em situação de segurança", reforçou Eduardo Leite.
As enchentes irão afetar, principalmente, os municípios de Cotiporã, São Valentim do Sul, Santa Bárbara, Santa Tereza, Muçum, seguindo pelo Rio Taquari.
A brigada militar do Rio Grande do Sul também confirmou o rompimento da barragem e orientou que os moradores de Santa Tereza e das margens dos Rios das Antas e Taquari deixem os locais o mais rápido possível.
Segundo o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, a tendência é que o rio suba de 2 a 4 metros a partir do colapso da barragem.
“Essa é a tendência que aconteça nos próximos minutos e nas próximas horas nos municípios mais abaixo, lá no Taquari. Importante: Isso é uma informação oficial e a gente precisa informar o máximo de pessoas", disse.
Vítimas
Subiu para 13 o número de mortos devido ao forte temporal no Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira (26). Segundo a Defesa Civil, ao menos 21 pessoas estão desaparecidas.
Segundo boletim da Defesa Civil do Estado divulgado ao meio-dia desta quinta-feira (2), 147 municípios gaúchos foram afetados. O Estado tem 4.599 pessoas em abrigos, 9.993 desalojados e 67.860 afetados. Doze pessoas ficaram feridas.
Alerta
A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), responsável pela operação de usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, emitiu um alerta sobre os riscos relacionados à segurança das barragens, desencadeando um pedido de retirada da população na Zona de Autossalvamento (ZAS). O comunicado causou a mobilização das autoridades e moradores da região.
Mais cedo, a empresa havia informado que a barragem 14 de Julho estava em estado de alerta. A Defesa Civil foi acionada para a retirada preventiva da população, assim como foram ligadas as sirenes de evacuação.