Trump admite ter autorizado CIA a realizar 'operações letais' na Venezuela
Presidente dos EUA justifica ação como parte de combate ao narcotráfico
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações na Venezuela, alegando que a medida tem como objetivo interromper o fluxo de drogas para o território norte-americano.
Em declaração na Casa Branca, o republicano evitou comentar se as operações envolvem mudança de regime no país sul-americano ou ações diretas contra o presidente Nicolás Maduro.
Mais cedo, o jornal The New York Times havia revelado que “operações letais” estavam no radar do governo Trump.
“Temos muitas drogas chegando da Venezuela, e muitas delas vêm pelo mar. Vamos detê-las também por terra”, afirmou o presidente no Salão Oval.
Trump reforçou que acredita estar aumentando a pressão sobre o líder venezuelano.
“Acho que a Venezuela está sob forte pressão. Não vamos deixar nosso país ser arruinado porque outros querem se livrar do seu pior”, declarou.
Ações no Caribe
Segundo a rede CNN, Trump ampliou os poderes da CIA no mesmo período em que assinou uma diretiva secreta, permitindo que os militares norte-americanos realizassem ataques contra cartéis de drogas na América Latina.
Essas operações navais estariam em andamento no sul do Caribe, onde vários barcos foram bombardeados nas últimas semanas sob a acusação de transportar drogas.
De acordo com fontes militares, 27 pessoas morreram nessas ações.
“Cada barco que destruímos salva 25 mil vidas de americanos”, disse Trump. “Não quero detalhar, mas estamos certamente olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado.”
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Narcotráfico
O governo norte-americano acusa Nicolás Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo recentemente classificado pelos EUA como organização terrorista internacional.
Nesse contexto, o governo Trump poderia considerar Maduro um alvo legítimo.
Trump também afirmou — sem apresentar provas — que países como a Venezuela estariam esvaziando prisões e hospitais psiquiátricos para enviar criminosos aos Estados Unidos.
Autoridades ouvidas pela imprensa americana afirmaram que a finalidade das operações é enfraquecer ou remover Maduro do poder.
Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.