Cinegrafista que participou de mergulho teste em submarino da OceanGate relata pane em equipamento
Operador de câmera trabalhou no programa "Expedition Unknown", do Discovery Channel
Um cinegrafista que participou de um mergulho teste no submersível da OceanGate, em maio de 2021, relatou que tinha 100% de certeza que uma tragédia poderia ocorrer. Cinco pessoas que estavam a bordo do veículo morreram, após implosão. Brian Weed esteve nas filmagens do programa "Expedition Unknown", do Discovery Channel.
As informações são da Associated Press. Nas gravações, Weed e outros da equipe se preparavam para filmar os destroços do Titanic, que naufragou em 1912. Conforme o operador de câmera, ainda durante o mergulho teste, o sistema de propulsão e os computadores pararam de atender aos comandos do CEO da OceanGate, Stockton Rush.
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"Você poderia dizer que ele estava confuso e não muito feliz com o desempenho. Mas ele estava tentando fazer pouco caso, tentando dar desculpas", relatou o cinegrafista sobre Rush.
Ainda conforme o operador de câmera, o submersível apresentou problemas técnicos a apenas 30 metros de profundidade. "Como essa coisa vai chegar a 3,8 mil metros? E queremos estar a bordo?", refletiu Weed.
O mergulho teste foi adiado devido às panes técnicas ocorridas. A produção do programa procurou um consultor da Marinha dos Estados Unidos antes de realizar um novo mergulho. Mesmo com parecer favorável do órgão, a equipe do programa não contratou a OceanGate para os destroços do Titanic.
Implosão de submersível
As mortes dos cinco passageiros que estavam a bordo do submarino desaparecido foi confirmada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, em 22 de junho. O órgão detalhou que a cabine de pressão do Titan foi encontrada destruída em três pedaços a cerca de 500 metros do Titanic.
Os primeiros levantamentos apontam que houve uma implosão, causada por uma perda de pressão da cabine do submersível. "Nós vimos que a cabine de pressão estava ali em três pedaços, e podemos considerar que o submarino foi destruído e vamos mapear o que aconteceu a partir disso", disse John Mauger, contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA.
As cinco mortes também foram confirmadas pela OceanGate, empresa responsável pelo submersível. "Toda a família OceanGate é profundamente grata aos inúmeros homens e mulheres de várias organizações da comunidade internacional que enviaram recursos de grande alcance e trabalharam arduamente nesta missão", disse nota.