Trump anuncia ataques aéreos contra rebeldes houthis no Iêmen e grupo denuncia morte de civis

Bombardeios foram feitos "para defender interesses americanos", segundo o Comando Central dos EUA

(Atualizado às 20:50)
Foto de operação de ataque dos EUA contra rebeldes houthis no Iêmen
Legenda: Comando Central dos EUA lançou bombardeios contra rebeldes houlthi no Iêmen
Foto: Reprodução/Comando Central dos EUA

Pelo menos nove civis morreram e outros nove teriam ficado feridos após bombardeios dos Estados Unidos contra os rebeldes houthis no Iêmen neste sábado (15). A informação foi divulgada por Anees al-Asbahi, porta-voz do ministério da saúde controlado pelo grupo rebelde. 

Imagens que circulam na internet mostram colunas de fumaça preta sobre a área do complexo do aeroporto de Sanaa, capital do Iêmen, região que inclui uma extensa instalação militar.

Moradores relataram que pelo menos quatro ataques aéreos atingiram o bairro Eastern Geraf, no distrito de Shouab, ao norte da capital. "As explosões foram muito fortes", disse Abdallah al-Alffi, morador da região. "Foi como um terremoto"', definiu. 

Donald Trump anunciou a operação enquanto passava o dia no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida O ataque foi realizado exclusivamente pelos EUA, segundo uma autoridade americana, e não contou com participação de Israel ou do Reino Unido, países que também já bombardearam alvos houthis no passado.

Por meio da rede social X, o Comando Central dos EUA divulgou vídeos das ações e informou nesta noite que a operação continuará.

"Em 15 de março, o Comando Central dos EUA iniciou uma série de operações que consistiam em ataques de precisão contra alvos Houthis apoiados pelo Irã em todo o Iêmen para defender os interesses americanos, dissuadir inimigos e restaurar a liberdade de navegação", disse o órgão federal. 

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Grupo promete retaliação 

Nasruddin Amer, vice-chefe do escritório de mídia dos houthis, afirmou que os bombardeios não vão dissuadir o grupo, que promete retaliar contra os Estados Unidos. "Sanaa continuará sendo o escudo e o apoio de Gaza e não a abandonará, não importam os desafios", acrescentou em mensagem nas redes sociais.

"Nossas forças armadas estão prontas para responder à escalada com uma escalada", afirmou o escritório político dos rebeldes em um comunicado divulgado pelo canal de TV Al Masirah.

Os bombardeios acontecem duas semanas após Trump enviar uma carta aos líderes iranianos oferecendo um caminho para retomar conversas bilaterais sobre o programa nuclear do Irã.

Ao mesmo tempo, o presidente norte-americano adotou uma postura mais dura ao reinstituir a designação de "organização terrorista estrangeira" para os houthis e prometeu responsabilizar Teerã pelas ações do grupo rebelde, como parte de sua estratégia de "pressão máxima" contra o regime iraniano.

O ataque se deu ainda poucos dias após houthis anunciarem que retomariam ataques contra embarcações israelenses em águas próximas ao Iêmen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Segundo o grupo, as ameaças valem para o Mar Vermelho, o Golfo de Áden, o Estreito de Bab el-Mandeb e o Mar Arábico.

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