Povo Yanomami lamenta morte de papa Francisco: 'grande Xamã que se foi'
Para uma das lideranças da comunidade, Dario Kopenawa, o pontífice será lembrado pelo cuidado com outras etnias, assim como aconteceu durante a pandemia de Covid-19
Um dos jovens líderes do povo yanomami lamentou a morte do papa Francisco à BBC News. "Um grande xamã se foi", declarou Dario Kopenawa ao descrever que o religioso católico possuía características que também são comuns a líderes espirituais indígenas.
Francisco era como "uma árvore grande, que faz várias sombras", segundo descreve o jovem líder. O pai dele, o xamã Davi Kopenawa, foi recebido pelo papa em 2024 e é considerado um grande nome do movimento indígena no Brasil.
"Quando o papa se foi, foi como se essa grande árvore caísse", completou Dario. Ele é vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.
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Luto pelo falecimento
Nomes de outras etnias também lamentaram a morte de Francisco, que foi descrito como um aliado na questão das demandas de populações originárias em todo o mundo.
Segundo lideranças indígenas, o papa se aproximou do povo e ainda teria apoiado em diversas bandeiras, como o acesso às terras, por exemplo. Além disso, Kopenawa desataca que Francisco estava atento às mudanças climáticas e se dedicava à causa.
Para o líder Yanomami, Francisco será lembrado pelo cuidado com outros povos, assim como aconteceu durante a pandemia de Covid-19.
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Kopenawa citou, ainda à BBC News, que é grato a Francisco por ter cobrado "o governo brasileiro a retirar garimpeiros, melhorar assistência de saúde e combater a desnutrição do nosso território", reforçou.
Nos últimos tempos, xamãs do povo yanomami chegaram a realizar trabalhos para "fortalecer o espírito" de Francisco, aponta Kopenawa. Agora, ele afirma, "os espíritos dos xamãs estão chorando e celebrando recebendo o espírito do papa nas cerimônias deles".