Rússia pede por telefone para que EUA suspendam ataques aos Houthis, grupo político-religioso aliado ao Irã

Ministro russo disse ser importante um diálogo a fim de encontrar uma solução que evite mais "derramamento de sangue"

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Redação producaodiario@svm.com.br
Governo russo e os Estados Unidos se aproximaram para discutir um acordo de cessar-fogo na guerra que envolve a Ucrânia
Legenda: Governo russo e os Estados Unidos se aproximaram para discutir um acordo de cessar-fogo na guerra que envolve a Ucrânia
Foto: Mohammed HUWAIS/AFP

O desejo de evitar mais mortes na guerra que envolve a Ucrânia fez com que a Rússia pedisse aos Estados Unidos, por telefone, que suspendesse ataques aos Houthis, grupo rebelde político-religioso aliado ao Irã.

A ligação aconteceu neste domingo (16), um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar ataques aéreos contra Houthis no Iêmen, e o grupo denunciar morte de civis. Foi o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que conversou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a fim de ajustar os pontos.

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Sergey pediu que os norte-americanos suspendam imediatamente os ataques aos Houthis alegando ser importante para todas as partes um diálogo para encontrar uma solução que evite mais "derramamento de sangue". As informações são do g1.

É mais um passo dado na tentativa de selar a paz, tendo em vista que o governo russo e os Estados Unidos se aproximaram nas últimas semanas sobretudo para discutir um acordo de cessar-fogo na guerra que envolve a Ucrânia.

Quem são os Houthis

Surgido em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh, os Houthis são liderados por Houssein al Houthi. Os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Eles ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Os Houthis são aliados do Irã, que, por sua vez, é parceiro da Rússia. Desde novembro de 2023, eles realizaram mais de 100 ataques contra navios que cruzavam principalmente a região do Mar Vermelho. 

O grupo afirma que as ações são forma de solidariedade aos palestinos na guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. Diante das ofensivas dos Estados Unidos nos últimos dias, o gabinete político da agremiação acusou o país de cometer um "crime de guerra" e disse que estava preparado para responder à "escalada com escalada" — indicando que intensificaria o conflito.

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