Adocicado e com textura suculenta, o sapoti (Manilkara zapota) tem polpa gelatinosa que agrega sabor em preparos líquidos e sólidos, como sucos e doces. Embora seja nativo de regiões quentes e úmidas da América Central, o fruto ganhou popularidade em todo o Brasil, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, onde as condições ambientais favorecem o cultivo.
Segundo a nutricionista Juliana Nogueira*, os tipos de sapoti variam pela formação da copa da planta e dos frutos, podendo ser ovalados e arrendondados. Em geral, no entanto, eles apresentam o mesmo gosto e valor energético.
Quais são os benefícios do sapoti
O consumo regular da fruta traz um alto potencial para a saúde humana em função de sua atividade antioxidante, o que previne doenças crônico-degenerativas não transmissíveis associadas ao estresse oxidativo, pois tem um papel importante na neutralização dos radicais livres.
Além disso, possui ação anti-inflamatória, atividades antimicrobianas, antiproliferativa e efeito diurético aliados a vitaminas do complexo A, B e C, e dos minerais cálcio, fósforo e ferro.
"Por ser fonte de vitamina A, auxilia na prevenção de doenças oculares e também é fonte de fibras (5,3g em 100g), o que contribui para o bom funcionamento intestinal, evitando a prisão de ventre, além de atuar na prevenção do câncer de cólon. Já a vitamina C e os polifenóis presentes no sapoti fortalecem o sistema imunológico. E o ferro presente na fruta previne anemias", explica.
É bom para diabetes?
É necessário cautela na quantidade de fruta a ser ingerida entre os diabéticos, uma vez que o sapoti é rico em teor de carboidratos (19,96g em 100g).
A orientação da nutricionista é que o consumo seja, em média, de uma porção de até 50g, ou seja, duas unidades pequenas. Isto evita que o nível de glicose atinja índices elevados e ajuda a manter o controle glicêmico no diabético.
Quais os malefícios?
O consumo excessivo pode causar desconforto e dores abdominais devido ao alto teor de fibras e efeitos laxativos.
Como se come sapoti?
Quando maduro, é consumido principalmente in natura. Ainda que em menor escala, também é utilizada de forma artesanal para a elaboração de polpa congelada, geleias, sorvetes e compotas por ser uma fruta climatérica muito perecível.
Suco de sapoti
Ingredientes
• 200 g de polpa de sapoti
• 1 xícara de água com gás
• 4 colheres (sopa) de açúcar
Modo de preparo
Bata todos os ingredientes no liquidificador e sirva gelado.
Doce de sapoti
Ingredientes
- 500 g de sapoti
- 2 xícaras (chá) de açúcar mascavo
- 1 colher (sopa) de suco de limão
- 200 ml de água
Modo de preparo
Coloque a água em uma panela e dissolva todo o açúcar mascavo. Leve ao fogo médio por cerca de 5 minutos. Acrescente as frutas previamente higienizadas (descascadas e sem caroços) e o suco de limão.
Deixe cozinhar, mexendo aos poucos, até adquirir a consistência de uma calda espessa. Aguarde esfriar e armazene em pote. Mantenha o doce pronto sob refrigeração.
Curiosidades
O sapoti chegou a ser usado até na fabricação de gomas de mascar, popularmente conhecidas como chiclete. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), extraía-se do tronco e dos ramos do sapotizeiro um látex que servia como matéria-prima. Atualmente, ele foi substituído por gomas sintéticas.
Já a madeira da planta, de cor avermelhada e veios escuros, é apropriada para a fabricação de móveis por ser considerada resistente e durável.
Como plantar?
Embora se desenvolva e cresça em solos muito pobres, Juliana afirma que o sapoti tem preferência por solos profundos, ricos em matéria orgânica, levemente argilosos e bem aerados. Nos plantios tradicionais, isto é, aqueles feitos a partir de sementes, são encontrados espaçamentos de 10 m x 10 m, 12 m x 10 m e de até 20 m x 20 m.
O plantio deve ser feito em covas de 40 x 40 x 40 cm com mudas de boa qualidade. Elas devem ser preenchidas com uma mistura de quantidades iguais de esterco curtido e solo superficial, à qual se acrescentam 670 g de superfosfato simples. A rega deve ser feita com aproximadamente 20 litros de água.
"Uma boa drenagem é essencial para o perfeito desenvolvimento de suas raízes. Não produzem bem em solos encharcados, são levemente tolerantes a períodos de seca e têm relativa tolerância a solos salinos", complementa Juliana Nogueira.
*Juliana Nogueira é graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Estácio e Engenheira de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Também possui pós-graduação em Vigilância Sanitária de Alimentos (Uece) e pós-graduação em Nutrição Clínica Avançada: Metabologia, Terapêutica Nutricional e Dietoterapia (USCS/SP). Atualmente, é pós-graduanda em Atendimento Nutricional no Envelhecimento (UCAM/SP).