A confirmação de um caso da febre oropouche, no Rio de Janeiro (RJ), acendeu alerta das autoridades públicas de saúde. Ao mesmo tempo, a população questiona informações sobre sintomas e tratamento da doença.
Com base em informações públicas do Ministério da Saúde, o Diário do Nordeste responde questionamentos recorrentes sobre a doença.
O que é a febre oropouche?
A febre do oropouche é uma doença causada por um arbovírus — vírus transmitido por artrópodes do gênero Orthobunyavirus.
O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Prevenção
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
Como ocorre a transmissão da doença?
A transmissão ocorre pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim. Eles se proliferam principalmente durante períodos de calor em ambientes úmidos, como em áreas próximas a mangues, lagos, brejos e rios. Mas não são restritos a áreas rurais, estando presente em espaços urbanos com disponibilidade de água e matéria orgânica, sobretudo próximo a hortas, jardins e árvores.
Além disso, o Culex quinquefasciatus, uma das espécies popularmente chamada de pernilongo, também pode atuar como vetor.
No Brasil, surtos da doença têm sido registrados na região amazônica desde a década de 1970. No estado do Amazonas, onde a doença tem sido mais prevalente nos últimos anos, o aumento da transmissão nos dois primeiros meses de 2024 gerou um alerta epidemiológico.
Já são 1.674 casos com confirmação laboratorial, conforme o último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) na quinta-feira (29). Já é mais do que o total registrado no ano passado, quando a pasta contabilizou 995 ocorrências.
Quais os sintomas e tratamento contra a febre oropouche?
Os sintomas da febre do oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.
Não existe tratamento específico, mas o paciente deve permanecer em repouso e ter acompanhamento médico.