'Vou ficar enquanto eu achar que minha opinião é ouvida', diz Cid Gomes sobre permanência no PDT
Nesta quinta-feira, o senador esteve na Assembleia prestigiando a posse de um correligionário
O senador Cid Gomes (PDT) reafirmou, nesta quinta-feira (2), que vai permanecer no PDT enquanto sua opinião for "ouvida". A declaração vem em meio a uma crise interna no partido, que está divido entre um grupo que defende ser oposição ao Governo do Ceará e outro que quer compor a base.
"Certamente tem gente defendendo que o meu tempo passou, que eu não devo ficar mais (no PDT). Eu vou ficar enquanto eu achar que a minha opinião é ouvida, que a minha opinião é acatada"
Nesta quinta-feira, Cid esteve na Assembleia Legislativa do Ceará para prestigiar a posse do deputado Antônio Granja (PDT), que assumiu vaga com a licença de Oriel Nunes (PDT) para o secretariado do governador Elmano de Freitas (PT).
Na ocasião, ele comentou ataques que recebeu de vereadores aliados do prefeito José Sarto (PDT) na quarta (1º) e disse que não criticou o gestor, apenas o aconselhou com a "legítima verdade". Na entrevista ao podcast As Cunhãs, Cid afirmou que as intervenções em Fortaleza não deveriam ficar só na Aldeota e apontou a necessidade de o prefeito ir até a Av. José Bastos, que precisaria de um viaduto.
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"Se ele não me pede conselho de perto, eu estou procurando dar conselho de longe, conselho dá quem quer, recebe quem quer. Se fosse obrigado (seguir), a gente não dava, a gente vendia", ressaltou nesta quinta na Assembleia.
Enquanto na Câmara Municipal de Fortaleza alguns vereadores aproveitaram o espaço da tribuna para fazer críticas à fala do senador, na Assembleia deputados do PT e PDT utilizaram o espaço da tribuna um dia depois para defendê-lo. Além disso, uma comitiva de parlamentares foi recepcionar Cid na porta do plenário durante a visita.
Um dos três deputados pedetistas mais ligados ao ex-prefeito Roberto Cláudio e a Sarto, Cláudio Pinho (PDT) foi até a Mesa Diretora para abraçar Cid Gomes. Chamou atenção, no entanto, a postura de Queiroz Filho (PDT), que sentou-se ao lado de parlamentares de oposição enquanto o senador estava no plenário da Casa.
Posições diferentes na bancada
Sobre a falta de unidade no posicionamento da bancada do PDT na Assembleia, Cid disse que é comum haver divergências e que não vai obrigar que o PDT seja "100% Elmano".
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Dos 13 deputados pedetistas na Casa, 10 se declaram como base do governador Elmano de Freitas, segundo o senador, e três atuam como independentes: Cláudio Pinho, Antônio Henrique e Queiroz Filho.
Para Cid, no entanto, o número de deputados estaduais que defende a independência é ainda menor.
"Dez defendem o Governo. (...) Tem uns três ou dois independentes... Aliás, o que eu digo é o seguinte, com toda sinceridade: tem um que por fidelidade está nessa linha de oposição. Um (outro) diz assim 'o que vocês resolverem, por mim, está definido'. Ou seja, esse está delegando ao partido. E o outro já me disse que não quer ser oposição, não"
Além disso, conforme o senador, todos os parlamentares federais e a maioria dos prefeitos do PDT querem que o partido "mantenha a relação com PT" no Ceará.
"O próprio Sarto, ao que me consta, não tem disposição de ser oposição. O Sarto tem queixas, o Sarto tem expectativas que são legítimas"
Convite do MDB
Diante do clima tenso entre os pedetistas, o deputado federal Eunício Oliveira (MDB) chegou a convidar o senador Cid e seu irmão Ivo Gomes (PDT), que é prefeito de Sobral, a se filiarem à legenda. Cid agradeceu a oferta, mas reforçou que continuará na sua atual legenda.
"Eu agradeço o senador (sic) Eunício, mas eu estou muito satisfeito no PDT e tudo que eu puder fazer para promover a paz no PDT, eu farei", frisou.