'Se ele não me pede conselho de perto, tô procurando dar de longe', diz Cid sobre relação com Sarto
O senador esteve nesta quinta (2) na Assembleia Legislativa do Ceará
O senador Cid Gomes (PDT) negou, nesta quinta-feira (2), ter feito críticas à gestão do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT). O líder do PDT no Senado esteve na Assembleia Legislativa do Estado para acompanhar a posse do deputado Antônio Granja (PDT), que assume vaga após saída de Oriel Nunes (PDT) para o secretariado de Elmano de Freitas (PT).
Questionado sobre os ataques que sofreu na Câmara Municipal de Fortaleza na quarta-feira (1°), por aliados de Sarto e do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), Cid não ter falado "nada de polêmico, nada que não seja para mim a expressão mais legítima da verdade".
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"Eu recomendo a quem criticou a minha entrevista, a assistir a entrevista. Veja se eu fiz alguma crítica ao Sarto, ao contrário. Se ele não me pede conselho de perto, eu tô procurando dar conselho de longe, conselho dá quem quer, recebe quem quer. Se fosse obrigado (seguir), a gente não dava, a gente vendia", disse Cid.
Sobre ter abertura para falar diretamente com Sarto, Cid disse que, na última reunião do PDT, após o Carnaval, falou pessoalmente.
"Dei conselho pessoalmente no dia da reunião, do meu jeito sincero e franco, leal", pontuou.
Questionado se Sarto tem ouvido, Cid colocou em dúvida a origem das queixas. "Foi ele (Sarto) quem achou ruim, ou foi uma pessoa que talvez não tenha visto a entrevista?".
Entenda a situação
O motivador de novo desgaste entre pedetistas foi uma frase do senador, em entrevista ao podcast As Cunhãs, divulgado na terça-feira (28), na qual diz que as ações de Sarto em Fortaleza não poder "ficar na Aldeota". Na fala, o senador faz menção à necessidade de um viaduto na região da Avenida José Bastos, como exemplo.
"Ele tem que trabalhar e parecer que está trabalhando. Ele tem que ser flagrado cinco horas da manhã no cruzamento da José Bastos", disse Cid.
Ainda na terça-feira, sem fazer menção ao senador, o prefeito usou as redes sociais para fazer um balanço da gestão.
"Exponho isso, porque meu dever é debater e resolver os problemas a partir de fatos e a partir das demandas da população, com muito trabalho sério. São premissas que devem reger a atuação de todo homem público. O resto é só mera politização", concluiu.
Ontem, pelo menos oito vereadores, inclusive do próprio PDT, usaram tempo de discurso para fazer ataques a Cid, questionando desde a relação do ex-governador com a Capital à saúde e vitalidade dele.
Relação com o PT
"Alguma frase pode ter desagradado alguém, mas foi sempre colocado de forma respeitosa, não enxerguei nenhuma disposição de fazer crítica a quem quer que seja. Eu me limitei a falar um pouco sobre a minha visão do passado e do futuro", disse Cid sobre as declarações na entrevista ao podcast As Cunhãs.
Na base das sucessivas crises internas do PDT desde 2022, está a relação com o PT, que Cid voltou a defender nesta quinta.
"A gente deve preservar uma relação, uma aliança que deu enormes frutos. E que, no meu caso, vem lá de Sobral, quando eu fui prefeito. Tudo o mais, é: não viu a entrevista ou emprenhou pelo ouvido, porque tem caba que viu a entrevista, que fazer uma futrica, aí bota uma manchete no jornal", acrescentou o senador.