PM é preso pela morte de marceneiro no Cariri; saiba o que motivou o crime
O suspeito foi submetido à audiência de custódia e a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva
Um cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi preso em flagrante sob suspeita de homicídio na região do Cariri, no Ceará. Jonas Aquino Silva estaria envolvido na morte de um marceneiro. Há informações de que o crime teria sido motivado por 'ciúmes' devido a uma suposta relação extraconjugal.
Niel Ferreira de Lima, 37, estava transitando dentro de um carro em via pública, em Juazeiro do Norte, quando foi abordado e executado, nessa quarta-feira (7). O cabo foi preso em flagrante horas após o crime.
A suspeita que o PM participou do crime veio quando familiares da vítima foram ouvidos e citaram que Niel desgostou de uma conversa entre a esposa dele e um vendedor de peixes, que também era militar.
[ATUALIZAÇÃO 13 de maio de 2025 às 11h10]
A defesa do PM preso disse que "o investigado se apresentou à delegacia de Policial Civil de Juazeiro do Norte de maneira espontânea após saber que seu nome havia sido citado em meio às investigações. Tendo sido uma surpresa a sua prisão, já que se apresentou espontaneamente e a todo momento colaborou com o andamento das investigações, de modo que não se pode falar tecnicamente em flagrante, tendo em vista que não foi capturado ou perseguido, mas se dirigiu voluntariamente a sede da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte/CE".
"Quanto às pretéritas investigações de violação de domicílio e lesão corporal citadas na matéria, estas já foram devidamente relatadas, tendo os encarregados das investigações opinado pelo arquivamento, haja vista não vislumbrarem elementos de cometimento de ilícitos, não gerando qualquer imputação delitiva ao investigado. Diante da precocidade do inquérito sobre o caso, a defesa aguarda acesso a todas as informações da investigação para que possa ampliar a apresentação de elementos pertinentes que auxiliem no esclarecimento e inocência do investigado. Ficando, o investigado e a defesa, a disposição da justiça e da imprensa para as informações adicionais que forem necessárias"
A vítima ainda teria encontrado no celular da esposa trechos de um 'bate-papo' entre o PM e a mulher. Foram coletadas imagens de câmeras de segurança no local do crime e visto que o carro onde a vítima estava vinha sendo seguido por uma motocicleta.
Veja também
A moto seria de um primo do cabo, que disse aos investigadores ter emprestado o veículo ao parente. Por volta das 21h da quarta-feira, Jonas foi preso e apreendidos uma pistola calibre ,40 com brasão da PMCE, além de um carregador e munições.
O suspeito usava uma sandália do mesmo modelo a que aparecia nas imagens das câmeras de segurança, nos pés do condutor da motocicleta usada para o crime.
'VOCÊ NÃO TEM PEITO DE AÇO'
Uma testemunha contou à Polícia que a vítima tinha ido na academia tomar satisfação com o PM, depois de ter sabido que ele "ficava dando em cima da sua mulher" e que tinha perguntado se ela era "casada e a chamado de linda".
"Tem um monte de mulher solteira. Não procure mulher casada. Eu não tenho medo de você... você não tem peito de aço"
Nesse dia, o PM apenas teria dito ao marceneiro que aquilo não iria mais acontecer.
Após o homicídio, Jonas foi levado à delegacia e durante o depoimento permaneceu em silêncio. O cabo já era investigado por violação de domicílio e pelo crime de lesão corporal.
O suspeito foi submetido à audiência de custódia e a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.
OUTROS PMS PRESOS
Nessa sexta-feira (9), três PMs foram presos por envolvimento na morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista. Dois deles já respondiam por outros crimes, incluindo homicídios.
Vinícius foi morto a tiros quando saía de uma padaria, em Fortaleza
A reportagem apurou que os policiais detidos na condição de investigados são Wellington Xavier de Farias, Rodrigo Aguiar Braga e Rebeca Júlia de Almeida Canuto. O trio está no presídio militar, em Fortaleza.
A defesa dos agentes, representada pelo advogado Kaio Castro, disse aguardar "a liberação do acesso ao incidente processual cautelar, bem como ao inquérito policial, para exercer o contraditório e a ampla defesa. Manifestar-se-á em momento oportuno, quando for retirado o sigilo".
>> Acesse nosso canal no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias