Tasso Jereissati repreende Wagner Rosário após bate-boca na CPI da Covid-19: 'baixe a bola'
Senador cearense interveio em discussão entre ministro da CGU e Renan Calheiros, relator da CPI
O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) advertiu o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner Rosário em depoimento na CPI da Covid-19 nesta terça-feira (21). A repreensão se deu após o depoente bater boca com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão.
Calheiros questionou insistentemente por qual razão o contrato entre o Ministério da Saúde (MS) e a Precisa Medicamentos, representante da empresa Bharat Biotech, foi considerado regular.
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"Vossa Excelência não pode tornar um contrato desse irregular e ainda decretar sigilo na sequência, pelo amor de Deus", pontua Calheiros sobre o documento.
O ministro, então, levanta o tom e afirma que o relator "já repetiu dez vezes uma coisa que não tem ligação nenhuma com a verdade". "O senhor [Renan Calheiros] tem obrigação de falar a verdade", fala Wagner, antes de ser interrompido por Tasso, na presidência interina da Comissão, que pede respeito.
"O senhor respeite esta Casa, por favor baixe a bola", diz, sendo interrompido pelo senador cearense Eduardo Girão (Podemos), que ressalta a necessidade de serenidade. "Se pedir a palavra com educação e dentro do regimento, lhe passo a palavra", continua o tucano.
"Eu só estou querendo dizer que, por várias vezes nesta sessão, os nervos estão aflorando, está descambando para algo que à sociedade não interessa, essa briga", alega Girão, acrescentando ter dúvidas e interesse em ouvir o ministro da CGU para obter um "contraponto".
Ida de Wagner Rosário à CPI
O ministro da CGU foi duramente criticado pelos parlamentares do Senado Federal por suposta omissão frente a irregularidades na compra fracassada da vacina Covaxin, da Índia, pelo MS.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou, na semana passada, que Rosário pode ter cometido prevaricação ao não mandar investigar suspeitas sobre o ex-diretor de Logística da Pasta, Roberto Dias.
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Em defesa, Rosário alegou que a CGU abriu auditoria sobre o contrato em 22 de junho. A providência, para Aziz, só foi tomada após exposição do caso na CPI.