Michelle e Eduardo Bolsonaro faziam parte de apoiadores 'radicais' do golpe, aponta delação de Mauro Cid

Segundo a delação, apoiadores do ex-presidente se dividiam em grupos, enquanto alguns apoiavam e outros não concordavam

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:25)
Michelle e Eduardo em foto da Câmara dos Deputados, ambos citados em delação de Mauro Cid
Legenda: Delação de Mauro Cid aponta que tanto Michelle como Eduardo Bolsonaro integravam ala mais "radical" entre os apoiadores do ex-presidente
Foto: Paulo Sérgio/Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Um dos filhos e a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, faziam parte do grupo de apoiadores mais "radical" que incentivava os planos por um golpe de estado no Brasil. As informações são da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que teve o sigilo quebrado por Alexandre de Moraes um dia após a Procuradoria Geral da União (PGR) denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe. 

Outro dos filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, entretanto, estaria presente em um grupo igualmente conservador, mas que defendia aceitar o resultado das eleições e aconselhava o ex-presidente a assumir o papel de líder da oposição

Este grupo conservador, segundo Mauro Cid, "aconselhava o presidente a mandar o povo para casa e a colocar-se como um grande líder da oposição". Além disso, eles diziam que o povo "só queria um direcionamento" e "para onde o presidente mandasse, o povo iria". 

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O outro grupo, ainda mais radical, estava subdividido em duas alas. Uma delas buscava indícios de fraudes nas urnas para contestar o resultado, enquanto a outra defendia o golpe por meio de um decreto. 

Esse grupo a favor do golpe acreditava em um apoio popular e, além disso, levantava a hipótese que Bolsonaro também receberia suporte dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) caso resolvesse se manter no poder ilegalmente. 

Faziam parte do grupo de conservadores, mas menos radicais, o senador Flávio Bolsonaro; o membro da Advocacia-Geral da União Bruno Bianco; o então ministro da Casa Civil Ciro Nogueira; e o Brigadeiro Batista Júnior, que na ocasião era Comandante da Aeronáutica.

Os mais "moderados" apontavam abusos jurídicos e inconsistências na "condução das relações institucionais". Entretanto, supostamente não apoiavam as ações de golpe. Faziam parte dele o Comandante do Exército General Freire Gomes; o chefe do Departamento de Engenharia e Construção General Arruda; General Teófilo, do Comando de Operações Terrestres; e o General Paulo Sérgio, então Ministro da Defesa. 

Outra parte deles, ainda mais moderados, apoiava que Bolsonaro fosse embora do Brasil. Paulo Junqueira, empresário do agronegócio que financiou a viagem dele para os EUA, Naban Garcia e o Senador Magno Malta estavam neste grupo.

Ala "radical"

Já a ala mais radical se dividia em dois grupos: os que queriam encontrar a fraude e os que apoiavam o golpe de Estado. General Pazzuelo, Valdemar Costa Neto, Major Denicole e Senador Heinz estavam no primeiro.

Enquanto isso, Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, o Senador Jorge Seiff, Gilson Machado, o Senador Magno Malta, o Deputado Eduardo Bolsonaro, o General Mario Fernandes e Michelle Bolsonaro apoiavam o golpe, enquanto alguns deles se encontravam esporadicamente com Bolsonaro. 

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