Menino de 6 anos que ficou nos ombros de Bolsonaro em Russas tem doença rara e quer ser policial
Criança roubou a cena durante o discurso do presidente no lançamento do programa Jornada das Águas
Na passagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por Russas, no interior do Ceará, na manhã desta quarta-feira (20), chamou a atenção das pessoas nas redes sociais a presença “gaiata” do menino Davy Lucas, de 6 anos. Vestido com o fardamento do Exército Brasileiro, Davy ficou ao lado do presidente — bocejando, tentando mexer no microfone e rindo envergonhado — durante todo o discurso do lançamento do programa Jornada das Águas.
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“Foi legal. Mas eu tava com um suor! O suor descendo!”, contou Davy, por telefone, ao Diário do Nordeste. Segundo o pai dele, o servidor municipal Antônio Anselmo, 31, apesar do calor, naquele momento, o menino ainda estava completamente fardado e eufórico. Quando pai e filho falaram à reportagem, já era tarde, o evento já havia sido encerrado.
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Sonho de ser policial
Desde os três anos de idade, Davy diz que quer ser policial. O pai conta que, se o menino vê uma viatura passar na rua, logo abre a porta para bater continência para os oficiais. “É emocionante, né? É muito difícil uma criança definir o que quer da vida”, diz Antônio.
Os pais criaram um perfil no Instagram para Davy. Lá, são publicadas diversas fotos do garoto fardado e interagindo com as pessoas da cidade como se fosse um "mini policial".
Doença rara
Apesar de admirar profundamente a profissão, tanto que já chegou a viajar com a família para conhecer a sede do Batalhão do Raio, em Fortaleza, Davy confessa ter um motivo pessoal que se sobrepõe a todo o resto: “Eu quero ser policial pra ajudar meus pais”.
Numa casa com cinco pessoas, Antônio, pai da criança, é o único empregado atualmente. Ele conta que recebe em torno de R$ 1,1 mil mensais. Além disso, Davy tem Síndrome de Seckel, uma doença genética rara que o impede de crescer. E o tratamento na Capital, segundo o pai, é caro.
“O Davy tem seis anos e ele não cresce. Aí, um dia, ele chegou pra mim e disse: ‘pai, eu vou estudar pra ajudar o pai no que precisar [para pagar o tratamento]’. Nós não temos condição”, compartilhou Antônio.