Lula, ministros nordestinos e transposição: como Bolsonaro abordou o NE em discurso no Ceará
Presidente busca reverter a baixa aprovação entre eleitores nordestinos e minar o apoio ao ex-presidente Lula na região
Buscando reverter a baixa aprovação no Nordeste, a quarta visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Ceará foi recheada de acenos aos eleitores da região. O chefe do Executivo nacional prometeu entregar todas as obras ainda pendentes da Transposição do São Francisco. Ele ainda aproveitou para atacar o ex-presidente Lula (PT), justamente na região onde o petista tem a base mais ampla de apoiadores.
Em Russas, logo no início do discurso para anunciar ações da Jornada das águas, o presidente destacou que um terço dos seus ministros são nordestinos.
“Um terço é nordestino, outro é militar e outro é variado. Todos eles estão irmanados no mesmo objetivo”, disse Bolsonaro ao lado do ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.
De olho no Nordeste
“Ele (Rogério Marinho) é do Rio Grande do Norte, mas trabalha para todo o Nordeste. Nenhum nordestino ficará para trás. Essas duas obras que se iniciam hoje são provas de que queremos terminar todas as obras, sejam novas ou antigas”, acrescentou o presidente.
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Ele garantiu que deve entregar “nos próximos meses” toda a transposição do São Francisco. Em junho de 2020, quando visitou o Estado pela primeira vez, Bolsonaro acompanhou a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco ao Ceará, no município de Penaforte.
Ataques a Lula e ao Bolsa Família
Ainda falando das ações do Governo Federal, o presidente criticou o Lula. “Grande parte dessas obras começaram nos governos anteriores, que deixaram uma marca de descaso e corrupção. São obras que não foram concluídas e estamos entregando para vocês”, disse.
Bolsonaro seguiu com as críticas, fazendo referências diretas ao ex-presidente Lula. “Aquele outro presidente entregou obras completas, mas em outros países, como Cuba, Venezuela, Angola, Bolívia, entre outros. Já o nosso compromisso é com o povo brasileiro”, conclui fazendo gestos mostrando nove dedos, em referência à deficiência de Lula.
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Diante da expectativa sobre o anúncio do Auxílio Brasil, Bolsonaro ainda criticou um dos principais programas criados durante o governo do petista, o Bolsa Família. “Nós atendemos a esses que estariam jogados na sarjeta sem o auxílio emergencial. Atendemos com o auxílio, só no ano passado, mais do que 13 anos de Bolsa Família”, disse o presidente.
De olho em 2022
Conforme o Diário do Nordeste mostrou na última terça-feira (19), há atrativos políticos e administrativos que justificam as visitas frequentes do presidente ao Ceará, uma delas é a candidatura do deputado federal Capitão Wagner (Pros) ao Governo do Estado. Wagner não esteve na cerimônia desta quarta-feira (20) porque está em recuperação após um procedimento cirúrgico.
No entanto, outras “apostas políticas” de Bolsonaro no Ceará estavam presentes, como os deputados federais Dr. Jaziel (PL) e Domingos Neto (PSD), os deputados estaduais André Fernandes (Republicanos) e Delegado Cavalcante (PTB), e os vereadores Carmelo Neto (Republicanos), Priscila Costa (PRTB) e Julierme Sena (Pros).
Com esses nomes, Bolsonaro planeja encontrar um palanque competitivo em 2022 no Estado e melhorar o desempenho que obteve em 2018, quando ficou em terceiro lugar no 1º turno no Ceará.