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Lula disse que teve perda temporária do movimento dos membros em acidente doméstico e que 'teimosia' provocou internação

Presidente teve alta neste domingo (15), após passar dias internado no Hospital Sírio Libanês

Luiz Inácio Lula da Silva
Legenda: Lula teve alta hospitalar no Sírio Libanês neste domingo (15).
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deu detalhes, neste domingo (15), sobre sua internação no Hospital Sírio Libanês, na última terça-feira (10), devido a um procedimento para drenar um hematoma que se formou em sua cabeça após um acidente doméstico sofrido em outubro.

O chefe do Palácio do Planalto concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico, da TV Globo, após ter recebido alta da unidade hospitalar, ainda pela manhã. Durante a conversa, Lula afirmou que a piora no quadro de saúde, que demandou a realização do procedimento, ocorreu por conta da sua "teimosia".

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"Eu passei a me cuidar, relativamente. Não podia mais ter dor de cabeça, não podia mais machucar a cabeça, não podia cair, não podia fazer movimento brusco. Mas aí, (devido) a teimosia que está dentro da gente, voltei a fazer ginástica, voltei a fazer esteira, voltei a fazer musculação", atribuiu, dando conta também da ida ao Uruguai para assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, no último dia 6 de dezembro.

Questionado sobre como avaliava seu quadro, o presidente disse que estava "se sentido, mais uma vez, como um cara protegido por Deus". Ele mencionou as dificuldades da vida pobre no interior de Pernambuco, o câncer que foi diagnosticado em 2011 e situações recentes em que correu risco de vida, como a ocasião em que o avião que estava, na companhia de auxiliares e representantes da classe política, apresentar uma pane numa viagem ao México no início de outubro.

Neste trecho, ele contou também o que aconteceu no acidente dentro do banheiro da residência oficial, o Palácio da Alvorada. Segundo Lula, ao bater a cabeça, ele chegou a perder momentaneamente os movimentos dos membros superiores e inferiores. "Durante alguns segundos eu tive problema de mexer com as mãos, com as pernas", revelou.

Os sinais de que não estava começaram a aparecer nos dias após o retorno do país vizinho. "Voltei e, na segunda-feira, comecei a sentir alguns sinais estranhos nas pernas. Domingo eu já estava com dor de cabeça, mas achei que era por causa do sol, não levei muito a sério", narrou.

Com os sintomas, que incluíram ainda uma "lentidão", conforme contou o presidente ao Fantástico, seguiram. E, numa reunião com o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o deputado federal Arthur Lira (PP) — respectivamente, presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados —, e auxiliares, ele passou sentir um mal-estar. 

Uma ressonância feita no Sírio Libanês atestou a necessidade de hospitalização, já que constataram um sangramento entre o cérebro e a membrana meninge. "Quando saí, os médicos estavam assustados. Aí me ligaram de São Paulo e falaram 'você precisa vir urgente para São Paulo'. Fui, na medida do possível, porque o avião estava no Rio de Janeiro, aí teve que vir o avião", disse. 

A cirurgia para drenagem do hematoma foi imediata e, no percurso entre Brasília e a capital paulista, ele estava sonolento, relatou Lula. O transporte entre o aeroporto e o hospital foi feito de ambulância. No caminho, o político comentou ter tido um "apagão".

O cardiologista Roberto Kalil, médico do presidente e um dos responsáveis pelo tratamento, admitiu que a situação era "extremamente grave". Na quinta-feira (12), Lula passou por outra operação, desta vez para colocação de um dreno que evitasse o acúmulo de líquido no crânio.

Mesmo após a alta, Lula não voltará para Brasília de imediato. Ele permanece na capital paulista até quinta-feira (19), quando será submetido a uma tomografia para avaliar a possibilidade de ter o deslocamento liberado. Até lá, o político será acompanhado de perto pela equipe médica. Exercícios físicos e outros tipos de esforços estão proibidos, até segunda ordem.

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