Deputados batem boca após ‘pergaminho’ contra o PT ser levado a Alece: ‘Vossa excelência não é dono da Assembleia’

De Assis interrompeu o discurso de Carmelo Neto no momento em que um assessor tentou esticar o material pelo Plenário

Escrito por
Marcos Moreira marcos.moreira@svm.com.br
(Atualizado às 19:16)
Carmelo Neto e De Assis Diniz discutiram na sessão da Alece desta quinta-feira (10)
Legenda: Carmelo Neto e De Assis Diniz discutiram na sessão da Alece desta quinta-feira (10)
Foto: Reprodução

Os deputados estaduais Carmelo Neto (PL) e De Assis Diniz (PT) protagonizaram um bate-boca durante a sessão da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) desta quinta-feira (10). A discussão foi registrada durante o pronunciamento do parlamentar do PL, que levou um “pergaminho com provas” ao Plenário da Casa, no qual acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de corrupção.

Na tribuna, Carmelo abriu o material e um assessor dele entrou no local para esticar o papel pela Assembleia. “É tanta prova que é capaz de chegar lá na bancada do PT”, afirmou o parlamentar. 

O 1º secretário da Alece, De Assis, estava presidindo a sessão. “Amigo, por favor. Não lhe permito”, reivindicou o parlamentar, logo após ver a ação do membro da equipe de Carmelo. Por sua vez, o político do PL pediu para não ser interrompido. 

“A presidência tem que preservar o Parlamento, independente de A, B ou C. Vossa excelência está corretamente usando, mas assessoria não pode”, reclamou De Assis. “Vossa excelência não me interrompa, da minha assessoria cuido eu”, respondeu Carmelo.

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Então, De Assis voltou a rebater a ação do deputado. “A presidência vai interromper sempre que vossa excelência não respeitar o regimento, quando colocar um assessor seu para ir para o plenário”, afirmou. 

“Vossa excelência não é dono da Assembleia. Está presidindo a sessão, tem o nosso respeito, mas não pode interromper um parlamentar no uso da tribuna dessa maneira. Se contenha, por favor, deputado”, finalizou Carmelo.

Na sequência, o deputado do PL prosseguiu a fala sobre o material exposto na Casa. A sessão seguiu normalmente. 

O QUE DIZEM OS DEPUTADOS

Em contato com a reportagem, o deputado De Assis negou que houve um “entrevero” com Carmelo Neto e afirmou que tentou apenas “garantir a ordem da sessão” como presidente naquele momento, evocando o artigo 20 do Regimento Interno da Assembleia. Ele ressaltou, ainda, que o parlamentar tem todo o direito de apresentar a lista, mas defendeu que os assessores dele não poderiam intervir no Plenário daquela maneira. 

Já Carmelo Neto defende que "não houve qualquer ação em desacordo com o Regimento Interno da Casa" e que o deputado tem prerrogativa de utilizar materiais como papéis e cartazes durante seu discurso.

"Da mesma forma, é permitido que assessores colaborem com o parlamentar, entregando documentos ou auxiliando de forma pontual quando solicitado pelo parlamentar. No caso em questão, o assessor apenas ajudou o deputado a esticar o pergaminho utilizado no plenário. Após a orientação do presidente De Assis Diniz, ele prontamente se retirou, respeitando a decisão da Mesa Diretora", afirmou por meio de nota.

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