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Entenda a disputa por PL e União Brasil no Ceará e qual o impacto nas próximas eleições

A força dos partidos pode ajudar nas articulações da corrida eleitoral

Escrito por Wagner Mendes , wagner.mendes@svm.com.br
Legenda: Quanto maior a bancada, mais impacto os partidos têm nas alianças locais
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

A pré-campanha eleitoral no Ceará tem sido marcada pela disputa do comando de dois partidos que podem alterar as forças de grupos adversários no Estado: PL e União Brasil.  

A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL se deu praticamente no mesmo período em que a Justiça Eleitoral autorizou a fusão entre PSL e DEM, criando, assim, o União Brasil. 

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Com a chegada do presidente ao PL, a legenda passou a ter os rumos indefinidos em termos de aliança no Ceará. Comandado pelo prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, a sigla era até então fiel ao grupo do governador Camilo Santana (PT). 

Acilon é visto como um prefeito influente, já que é líder de parte dos gestores do litoral leste, como Aquiraz, Cascavel, Pindoretama, Beberibe e Itaitinga. 

Logo após a filiação de Bolsonaro, o PL cearense, portanto, passou a ser alvo de disputa entre o atual presidente, Acilon, e o grupo bolsonarista no Estado, representado pelo deputado federal Jaziel Pereira (PL) e o deputado estadual André Fernandes, que se filiou ao partido com a intenção de presidi-lo na campanha de reeleição. 

Fernandes tem declarado que o presidente Jair Bolsonaro prometeu a presidência do partido a ele. A movimentação ameaça a saída da legenda do grupo do governador.  

Acilon, no entanto, tem resistido no comando do PL. Em meio aos boatos de bastidores, o fato é que a condução da agremiação no Estado permanece com o prefeito de Eusébio. 

Estratégias? 

Discreto, Acilon não costuma dar declarações públicas em cenários de polêmica. A presença do prefeito em Jati, durante ato com a presença do presidente da República, acendeu a possibilidade de aproximação com o grupo bolsonarista no Ceará como estratégia para manter o comando do partido. 

Capitão Wagner, que é pré-candidato a governador com o apoio de bolsonaristas, chegou a declarar que o dirigente estaria mudando de lado e com grande possibilidade de fechar acordo com a candidatura de oposição ao governador para as eleições de outubro. 

No entanto, nenhum movimento oficial chegou a ser anunciado nos dias seguintes ao ato público. 

União Brasil 

Assim como o PL, o União Brasil está no fogo cruzado entre camilistas e bolsonaristas. Antes da fusão, o deputado federal Heitor Freire comandava o PSL, e o agora senador em exercício Chiquinho Feitosa liderava o DEM. 

Antes da fusão, Capitão Wagner estava em conversas avançadas com Heitor Freire para se filiar ao PSL, inclusive ganhando o posto de presidente estadual. 

Com a fusão, porém, Wagner precisou combinar interesses com Chiquinho, que é aliado do governador Camilo Santana.  

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O presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar — que é rompido politicamente com Bolsonaro — esteve no Ceará e reuniu parte das lideranças que poderiam engrossar as fileiras do partido. 

Nesse encontro, Wagner estava lá e teria recebido a confirmação do dirigente que o partido ficaria com ele assim que fosse liberado pela Justiça Eleitoral. 

Desde então, o deputado federal tem convidado lideranças oposicionistas do Ceará para se filiar à nova legenda. Um evento está sendo preparado para filiar as novas lideranças nas próximas semanas. 

Enquanto Wagner dá como certo a sigla nas fileiras da oposição, Chiquinho segue em silêncio sobre qual papel terá nessa transição. Estratégico, o dirigente não tem dado declarações públicas sobre a disputa interna. 

Em meio à queda de braço, quem esteve com Bivar nesta semana foi a suplente de deputada federal, Gorete Pereira. Filiada ao PL, e insatisfeita com o cenário de indefinição, a ex-deputada busca um rumo partidário. 

Legenda: Filiada ao PL, Gorete Pereira recebeu convite para integrar o União Brasil
Foto: Divulgação

Aliada do governador Camilo Santana, Pereira recebeu convite de Bivar para se filiar ao União Brasil. Segundo ela, não há definição por parte da presidência se o partido no Ceará penderá para a base ou para a oposição. 

O assunto, segundo ela, ainda está longe de ser solucionado. 

Composição 

A disputa pré-eleitoral por esses partidos é explicada pela força que essas legendas tem na composição das campanhas estaduais. O PL, atualmente, possui 43 deputados federais e é a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados. 

Quanto maior a bancada, mais tempo de televisão para a candidatura estadual e maior é a fatia do dinheiro público para a campanha local. 

Antes dessa queda de braço, o PDT no Ceará contava com a força do PL no litoral leste e com a aliança antiga com o dirigente do DEM. 

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Capitão Wagner, principal nome da oposição, sabe o quanto é importante desfalcar o grupo governista com dois partidos de forte musculatura eleitoral. 

O União Brasil, por exemplo, deve se tornar o maior partido da Câmara dos Deputados, com cerca de 81 parlamentares. 

A disputa por essas duas legendas pode ajudar a equilibrar a balança eleitoral para a oposição no Ceará ou fortalecer ainda mais o grupo governista, que segue no comando do Palácio da Abolição desde 2007. 

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