Suplemento com ora-pro-nóbis tem venda proibida pela Anvisa

Na decisão, a Anvisa cita a veiculação de propagandas irregulares de produtos alimentares com o composto

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 18:20)
foto da planta ora-pro-nóbis dentro de um vaso
Legenda: A ora-pro-nóbis, de nome científico Pereskia aculeata Miller ou Pereskia grandifolia Haword, é conhecida pela riqueza nutricional
Foto: Shutterstock

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quinta-feira (3), uma determinação que proíbe a venda, distribuição e fabricação de todos os suplementos alimentares com ora-pro-nóbis, planta conhecida por ter compostos minerais e níveis elevados de fibra alimentar. Na decisão, divulgada no Diário Oficial da União (DOU), o órgão do Ministério da Saúde detalhou que não autoriza a utilização da ora-pro-nóbis como constituinte de suplementos. 

No documento, a Anvisa ainda cita a veiculação de propagandas irregulares de produtos alimentares com o composto "em desacordo com o regulamento técnico específico do produto". O órgão ainda proíbe, além da comercialização, a propaganda e o uso da planta como suplemento alimentar. A medida, no entanto, não afeta o consumo ou venda da planta in natura.

A Anvisa esclarece que os suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não têm o poder de tratamento ou de prevenção e cura de doenças.

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Para que serve a Ora-pro-nóbis?

ora-pro-nóbis, de nome científico Pereskia aculeata Miller ou Pereskia grandifolia Haword, é conhecida pela riqueza nutricional. Entre as propriedades comprovadas da planta, estão compostos como minerais - com a presença massiva de cálcio, magnésio, manganês e zinco - e vitaminas como A, C e ácido fólico. 

Além disso, as folhas dessa planta possuem níveis elevados de fibra alimentar, com 39,1% em base seca, também se destacando pela presença de aminoácidos como a leucina, fenilalanina e lisina e triptofano.

Ao todo, dez compostos fenólicos estão presentes no extrato seco das folhas orgânicas desta espécie. São eles: ácido caftárico, principal fenol constituinte do extrato, dois ácidos fenólicos resultantes do ácido cafeico e oito flavonoides.

"Suas folhas também são utilizadas na medicina popular em processos inflamatórios, como emoliente, na recuperação de pele em queimaduras, na cicatrização de úlceras e na redução do colesterol e diabetes, principalmente devido a sua alta fração de mucilagem, um tipo de fibra solúvel", explicou a nutricionista e professora Aline Bezerra, em entrevista anterior ao Diário do Nordeste.