Após impasses, presidente Jair Bolsonaro se filia ao PL mirando na eleição de 2022
Além dele, o ministro Rogério Marinho e o senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro, também se filiaram à legenda.
O presidente Jair Bolsonaro se filiou, na manhã desta terça-feira (30), ao Partido Liberal (PL). A decisão foi tomada após negociações com diferentes legendas, principalmente do Centrão, além de impasses dentro do próprio PL - com diretórios estaduais comandados por opositores ao presidente.
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O evento, realizado em Brasília, contou com autoridades e ministros de Estado, como Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil) e Ônix Lorenzoni (Cidadania), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), além de senadores, deputados federais e estaduais filiados ao PL e também aliados ao presidente.
"A filiação é uma passagem, para conseguirmos pleitear algo lá na frente. (..) Vim e confesso que a decisão não foi fácil. Uma filiação é como um casamento, seremos uma família. Vocês todos fazem parte dessa nossa família", ressaltou Bolsonaro.
Durante o discurso, ele chegou a ressaltar as negociações também com o PP - partido no qual já foi filiado. A decisão pelo PL ocorreu após o presidente da legenda receber "carta branca" dos diretórios estaduais para articular a vinda do presidente Bolsonaro.
Chegada de bolsonaristas no PL
Além de Bolsonaro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro, também se filiaram à legenda.
Durante o discurso, Flávio Bolsonaro chegou a realizar convite para que mais bolsonaristas se filiem a nova legenda do presidente. Muitos bolsonaristas devem seguir o conselho do senador. Antes mesmo da solenidade de filiação, muitos aliados do presidente nos estados já articulavam a ida para o PL.
No Ceará, o deputado estadual André Fernandes e os vereadores Inspetor Alberto e Carmelo Neto devem aderir ao partido, por exemplo. Outros aliados a Bolsonaro no Estado já integram a legenda, como o deputado federal Dr. Jaziel e a deputada estadual Dra. Silvana.
Com exceção do Inspetor Alberto, todos estiveram presentes na solenidade de filiação. Pré-candidato ao Palácio da Abolição, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) - candidato de Bolsonaro ao Governo do Ceará em 2022 - também esteve no evento.
Impasse no Ceará
A filiação do presidente Bolsonaro estava agendada, anteriormente, para o dia 22 novembro, mas acabou adiada após queda de braço interna no PL. Em pelo menos três estados, o PL acomoda opositores ao presidente. Um desses casos é o Ceará – além de São Paulo e Bahia.
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Apesar de ainda estar sem desfecho, o presidente da legenda recebeu "carta branca" dos presidentes estaduais para articular a chegada de Bolsonaro na legenda.
Aliado do governador Camilo Santana (PT) e do grupo político comandado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, o presidente do PL Ceará, Acilon Gonçalves ainda não se manifestou sobre a chegada do presidente no partido.
Apesar disso, ele está em Brasília nesta terça-feira, onde participou da cerimônia de filiação. O deputado federal cearense, Júnior Mano, publicou registro de ambos tomando café da manhã na cidade.
Críticas a opositores
Durante o evento, Bolsonaro e aliados aproveitaram para criticar alguns dos nomes que devem ser concorrentes do presidente na disputa pelo Palácio da Alvorada em 2022. Ao citar possível candidatura, o presidente destacou, inclusive, que no próximo ano "teremos bem mais candidatos que 2018".
Ele aproveitou para destacar que, com a vitória nas últimas eleições, "tiramos o Brasil da esquerda". "Olhem para onde estávamos indo, olhem para onde foram certos países. Nós não queremos isso", completou.
Sem citar nomes, ele disse ainda que, "quem tem andado pelo Brasil", vê cada vez mais, em qualquer lugar, as cores verde e amarelo predominando, e muito, sobre o vermelho".
Flávio Bolsonaro também citou um pré-candidato à presidência, que chegou a ser bem mais próximo do presidente: o ex-juiz e ex-ministro do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro. Sem citar nomes, ele afirmou que "na política, se esquece a traição, mas não o traidor".
Duvidou ainda das pesquisas de intenção de voto que tem sido realizadas até o momento e que apontam que o presidente Jair Bolsonaro estaria em segundo lugar, perdendo para o ex-presidente Lula.
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Presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto elogiou a gestão de Bolsonaro na presidência. Ele destacou a criação do Auxílio Brasil, assim como do novo marco do saneamento e as entregas de etapas da Transposição do Rio São Francisco como conquistas do Governo.
"Temos a noção exata da responsabilidade ao empunhar as bandeiras de sua obra à frente de um governo que nunca se intimidou. Esse é o brasil que também está sendo construído", completou.