A confirmação de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL), que deverá ocorrer em cerimônia no próximo dia 30, gerou especulações quase que imediatas no Ceará.
Em contato com um dos integrantes de comando do partido no Estado, o presidente nacional Valdemar Costa Neto sinalizou que Bolsonaro quer o partido apoiando Capitão Wagner (Pros) no Estado.
Wagner é pré-candidato ao governo do Estado pela oposição e estuda filiação a outros partidos. Há diálogos em andamento com o União Brasil, partido que nasce da fusão entre DEM e PSL. Ele disputa o comando da legenda com o senador em exercício Chiquinho Feitosa, que é aliado do grupo governista local.
Partido em saia justa
No Ceará, o comando do PL é também aliado do grupo governista, por meio do prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves. No último pleito em Fortaleza, inclusive, o partido saiu unido a José Sarto - contra Capitão Wagner. Sarto acabou vencendo.
Na bancada federal cearense, o deputado Júnior Mano também mantém parceria com o governo Camilo Santana.
Entretanto, na legenda já há lideranças ligadas ao presidente Bolsonaro como é o caso do deputado federal Jaziel Pereira e a esposa e deputada estadual, Dra. Silvana. Esta, por sinal, usou as redes sociais para comemorar a filiação de Bolsonaro.
Internamente, porém, o clima ainda é de cautela sobre os próximos movimentos da sigla. Alguns ainda desconfiam que a chegada do presidente pode não ocorrer devido ao perfil e temperamento de gerar crises em série. "Até terça, muita coisa pode acontecer", disse uma fonte do partido a esta coluna.
A disposição do grupo de comando local é de permanecer aliada aos governistas no Ceará, mas admite que o momento é de aguardar os acontecimentos.
Como previsto, a medida em que o presidente Bolsonaro vai dando os passos rumo a 2022, a ampla base governista estadual, que tem partidos dos mais diversos, pode sofrer baixas.