Legislativo Judiciário Executivo

Dois meses depois, o que se sabe do ataque a tiros ao carro do deputado André Fernandes

O parlamentar diz desconhecer os rumos da investigação, e a SSPDS também não informa sobre o andamento da apuração

Escrito por Igor Cavalcante , igor.cavalcante@svm.com.br
Veículo foi atingido por disparos na carenagem, nos vidros e em um dos pneus
Legenda: Veículo foi atingido por disparos na carenagem, nos vidros e em um dos pneus
Foto: Reprodução/Instagram

Dois meses depois que tiros atingiram o veículo do deputado estadual André Fernandes (PL), o caso segue envolto em mistério no Ceará. O parlamentar diz desconhecer os rumos da investigação, e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) também não informa sobre o andamento da apuração.

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“Estamos aguardando um posicionamento, mas não temos resposta”, disse Fernandes ao ser questionado pelo Diário do Nordeste. A reportagem também procurou o advogado do deputado, no entanto, o próprio parlamentar respondeu.

“O único fato (novo) é que, quando fui à delegacia, no Departamento de Interiores, o delegado praticamente descartou ser um atentado, a maior probabilidade é ter sido uma tentativa de assalto”
André Fernandes (PL)
Deputado estadual

O caso

No último dia 7 de fevereiro, o político denunciou que seu carro particular foi alvejado por disparos após ser perseguido por uma motocicleta. O boletim de ocorrência (B.O) foi publicado pelo deputado nas redes sociais. Nele, André Fernandes conta que saiu de casa, no Eusébio, com destino ao município de Cariús, por volta das 16h50, para cumprir agenda política. Às 19h30, fez uma parada de cerca de 40 minutos em Banabuiú e seguiu viagem. 

Já na cidade de Solonópole, porém, o parlamentar percebeu estar sendo perseguido por uma motocicleta e desconfiou de que seriam assaltantes. Os suspeitos, segundo ele, efetuaram entre "seis a sete disparos de arma de fogo", que atingiram a carenagem, os vidros e um dos pneus. Ainda assim, o deputado disse ter continuado em fuga por mais três quilômetros, mas precisou parar o veículo "pois era impossível seguir viagem".

Nesse momento, a "motocicleta deu meia volta" e encerrou a perseguição. O veículo que o deputado usava na ocasião era blindado, o que impediu a perfuração. À época, o caso ganhou repercussão no cenário político local. O então governador Camilo Santana (PT) disse que determinou rigorosa investigação. “O caso será devidamente apurado”, disse.

Repercussão no Legislativo

À época, o presidente da AL-CE, o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), pediu rigor nas investigações. Ele disse que a Casa não iria abrir procedimento interno, uma vez que as investigações ficaram a cargo da SSPDS. 

"Pedimos celeridade para que seja esclarecido. Não adianta nós trabalharmos no achismo. Eu prefiro ter prudência e aguardar os resultados daquilo que está sendo levantado. Ele está um tanto quanto abalado e nós apenas nos colocamos à disposição daquilo que for necessário", disse o deputado.

Silêncio

Desde o dia 28 de março, o Diário do Nordeste procura a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em busca de informações sobre o caso. A pasta, no entanto, não respondeu às solicitações. 

Informações também foram solicitadas diretamente à Polícia Civil via Lei de Acesso à Informação (LAI), mas o pedido foi negado. 

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“Todo procedimento efetuado pelos órgãos de investigação (em fase de andamento) da Polícia Civil são sigilosos e dotados de caráter pessoal; toda informação pertinente a esses procedimentos deve ser concedida apenas presencialmente, pois essa é a única forma de constatar a identificação do interessado. O autor do BO e a vítima são os únicos titulares autorizados a receber tudo que seja pertinente ao procedimento”, informou o órgão.

Já a AL-CE disse que aguarda atualização da SSPDS sobre as investigações.

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