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Ciro diz que atacava Capitão Wagner por 'solidariedade cega' ao irmão Cid Gomes

O tucano disse que "depositava a crença" de que Cid não errava. "Mas vamos aprendendo que as coisas não são bem assim", completou.

Escrito por
Igor Cavalcante, Beatriz Matos e Flávia Rabelo producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 19:43)
Roberto Cláudio, Ciro Gomes e Capitão Wagner em trajes formais conversam sorrindo na entrada de um prédio envidraçado. A cena mostra um ambiente de evento político ou institucional, com outros participantes ao fundo e um dia ensolarado refletido nas janelas.
Legenda: Ciro Gomes (PSDB) conversa com Capitão Wanger (União) pouco antes do ato de filiação de Roberto Cláudio ao União Brasil.
Foto: Beatriz Matos/Diário do Nordeste.

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSDB) elogiou o presidente do União Brasil no Estado, Capitão Wagner (União), e afirmou que os ataques que fez ao ex-adversário ocorreram por “solidariedade cega” ao irmão, Cid Gomes (PSB). A declaração foi dada nesta quarta-feira (5), durante o ato de filiação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio ao União Brasil, em Brasília.

Até o ano passado, Ciro e Capitão Wagner estavam em campos opostos na política cearense. A partir de 2010, o hoje dirigente do União Brasil ganhou projeção como representante das forças de segurança do Estado e como um dos principais opositores do então governador, Cid Gomes.

“Eu, menos por ele e mais por solidariedade cega ao meu irmão, lembro, com certo riso, o que já foi com muita amargura até recentemente, eu não queria nem saber quem era o Capitão Wagner, só queria saber de atacar o Capitão Wagner porque ele era adversário agressivo do meu irmão”
Ciro Gomes
Presidente do PSDB Ceará

O tucano afirmou ainda se sentir “privilegiado” pela reaproximação com o ex-adversário e por ter conhecido melhor suas “virtudes”.

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“Hoje percebo que aquela agressividade era um espírito público ainda não burilado, era uma vocação política não adestrada, representando, a seu modo, mas indubitavelmente de boa-fé os interesses da corporação, que é a Polícia Militar, valorosíssima que ele começou representando, mas extrapolou disso”, completou.

Rompido com Cid desde as eleições de 2022, Ciro também fez uma autocrítica sobre como via o irmão.

“É privilégio estar mais perto, te conhecer e dizer quantos erros cometi, também de boa-fé, na defesa leal de um irmão em quem eu depositava a crença de que não errava, achava que, por ser meu irmão, não errava, mas vamos aprendendo que as coisas não são bem assim”, concluiu.

Repercussão

Logo após a declaração de Ciro, a bancada do PSB na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) manifestou solidariedade a Cid Gomes. 

A nota de solidariedade foi assinada pelos 11 parlamentares estaduais do PSB, incluindo o presidente da Alece, o Romeu Aldigueri (PSB).

"Nos solidarizamos com o senador Cid Ferreira Gomes e ratificamos o privilégio que é caminhar ao seu lado na construção de um estado mais justo e mais desenvolvido. O senador Cid Gomes, um estadista, um homem que criou a maior e mais exitosa política pública de educação da história do Brasil, sempre soube perder, sempre soube ganhar, com respeito, com atenção, com humildade, e por isso é, e sempre será um exemplo a ser seguido", escreveram os deputados.

A assessoria de imprensa do senador Cid Gomes foi procurada pelo PontoPoder. Caso o parlamentar comente as declarações de Ciro, a matéria será atualizada.

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