Bolsonaro e Eduardo tentaram causar entraves econômicos para prejudicar ação do golpe, afirma PF
Decisão do STF aponta que pai e filho atuaram em conluio para buscar sanções contra agentes públicos do Estado brasileiro
A Polícia Federal (PF) apontou que Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro buscaram "criar entraves econômicos nas relações comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil" para obstruir o andamento da ação penal da trama golpista do 8 de janeiro de 2023. Segundo a corporação, o deputado licenciado, que reside atualmente nos EUA, tem tentado buscar sanções contra "agentes públicos do Estado brasileiro".
"Eduardo Bolsonaro atuou junto ao governo americano para impor sanções ao Brasil, a fim de gerar instabilidade política e econômica. Por conseguinte, o encerramento da mencionada ação penal beneficiaria diretamente seu genitor e financiador, Jair Messias Bolsonaro", aponta documento do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs nesta sexta-feira (18) medidas cautelares contra Bolsonaro.
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As sanções buscas incluem cassação de vistos, bloqueio de bens e restrições comerciais. A atuação de Bolsonaro seria financiar as ações do filho nos EUA, pois foi enviado um montante de R$ 2 milhões a ele.
Além disso, ambos comemoraram publicamente o "tarifaço" de Trump contra o Brasil. O objetivo de pai e filho, segundo o ministro Alexandre de Moraes, seria criar instabilidade econômica e política no Brasil, e pressionar o STF a arquivar ou extinguir a ação do golpe.
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Busca e apreensão
Nesta sexta, Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão pela PF, no âmbito de um novo inquérito contra ele e Eduardo Bolsonaro. Na residência, foram apreendidos um pen-drive e outros eletrônicos.
Na casa de Bolsonaro, foram achados 14 mil dólares e R$ 8 mil. Adicionalmente, após a operação, o STF determinou a tornozeleira eletrônico no ex-presidente, que já foi colocada.
Veja as medidas cautelares impostas contra Bolsonaro
O antigo mandatário brasileiro é alvo de uma ação da Polícia Federal, que realizou buscas na residência dele, em Brasília, e em outros endereços ligados a ele.
Os mandados foram expedidos pelo STF, que, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, determinou ainda que Bolsonaro deverá:
- usar tornozeleira eletrônica;
- ser monitorado 24 horas;
- permanecer em casa entre 19h e 6h, assim como nos fins de semana;
- não acessar as redes sociais;
- não se comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos;
- não falar com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus ou investigados pelo STF.