Bolsonaro diz esperar que Trump ajude a reverter sua inelegibilidade
A declaração foi dada neste sábado (18), no Aeroporto de Brasília, enquanto Michelle Bolsonaro embarcava para os EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse acreditar que Donald Trump pode colaborar com a democracia no Brasil ao “afastar” inelegibilidades políticas como a dele. A fala para jornalistas ocorreu neste sábado (18), quando ele foi levar sua esposa, Michelle Bolsonaro, ao Aeroporto de Brasília.
Ela viajou para Washington e vai representar o marido na posse de Trump, nesta segunda-feira (20). Bolsonaro foi impedido de comparecer à posse do presidente norte-americano depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, negou por duas vezes a devolução de seu passaporte.
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A negativa ocorreu em concordância com a Procuradoria-Geral da República, que alega não haver interesse público na viagem do ex-presidente aos EUA. Além disso, as condições que fizeram com que o documento dele fosse retido continuam valendo. O passaporte foi apreendido em fevereiro do ano passado, por conta do risco de fuga do país.
O que poderia fazer Trump
Questionado sobre como Trump poderia reverter a inelegibilidade dele, Bolsonaro desconversou e não deu detalhes.
“Se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que tive”.
Bolsonaro destacou ainda que somente a presença de Trump na presidência dos Estados Unidos já provoca mudanças globais, como o acordo entre Hamas e Israel e a renúncia de Justin Trudeau.
“Só a presença dele (Trump), o que ele quer, só ações. Não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofre lá. Grande semelhança entre ele e eu. Também sofreu atentado. Não vou dar palpite, nem sugestão, ele sabe o que está acontecendo".
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Inelegibilidade de Bolsonaro
O ex-presidente está impedido de concorrer até 2030 em razão de duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relacionadas a ataques infundados ao sistema eleitoral e ao uso político do 7 de Setembro. Na esfera criminal, ele foi indiciado, em novembro passado, por suspeita de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse de Lula.
Vale lembrar que, legalmente, outro país não tem qualquer gerência sobre o sistema jurídico brasileiro.