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Atacada em invasão, obra 'As Mulatas', de Di Cavalcanti, é avaliada em R$ 8 mi; veja o que foi alvo

A maioria das peças pode ser restaurada, segundo o Governo

Escrito por Redação ,
Obra As Mulatas exposta no Palácio do Planalto
Legenda: A tela 'As Mulatas' antes da invasão de manifestantes.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A tela "As Mulatas", do artista brasileiro Di Cavalcanti, foi um dos patrimônios artísticos danificados, nesse domingo (8), durante a invasão ao Palácio do Planalto, em Brasília.

A obra é avaliada em cerca de R$ 8 milhões e foi perfurada em sete locais no ato criminoso, que ainda vandalizou os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social do Governo, o objeto é a principal peça do Salão Nobre da sede do Executivo Nacional e foi encontrado com sete rasgos, de diferentes tamanhos. Além disso, o mural é um dos mais importantes da produção do pintor.

"Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões", detalhou a Pasta.

Os danos provocados ao mural de Cavalcanti podem ser revertidos por meio de uma restauração. Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo declararam que a recuperação de uma tela do tipo dura em torno de 90 dias. A restauradora Carla Prates garantiu à publicação que o processo consegue produzir um resultado satisfatório.

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Outras obras danificadas

A tela de Cavalcanti estava exposta no terceiro andar do prédio, junto a outras como a escultura "O Flautista", de Bruno Jorge, a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck, que foi usada como barricada pelos vândalos, e o relógio de Balthazar Martinot, que data do século XVII e foi presente da Corte Francesa para Dom João 6º.

Este último, cujo valor é considerado "fora do padrão", é o item que o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, acredita ser o mais difícil de recuperar. "O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", explica Carvalho.

Antes e depois de relógio histórico
Legenda: Antes e depois mostra relógio histórico danificado.
Foto: Reprodução

Saiba as obras vandalizadas

Obra 'As Mulatas', de Di Cavalcanti

É considerada a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto. Foi achada com sete rasgos, de diferentes tamanhos.

Valor estimado: R$ 8 milhões.

Obra 'O Flautista', de Bruno Jorge

A escultura em bronze foi encontrada totalmente destruída, com pedaços espalhados pelo chão.

Valor estimado: R$ 250 mil

Escultura de parede em madeira, de Frans Krajcberg

A obra se utiliza de galhos de madeira e foi quebrada em diversos pontos. Seus pedaços foram atirados longe.

Valor estimado: R$ 300 mil

Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck

A mobília foi utilizada como barricada pelos invasores do prédio. Ainda será feita uma avaliação para calcular os danos.

Valor estimado: não informado

Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues

O móvel guarda as informações do presidente em exercício e teve o vidro quebrado.

Valor estimado: não informado

Relógio de Balthazar Martinot

O relógio de pêndulo data do século XVII e foi um presente da Corte Francesa para Dom João 6º. Martinot era o relojoeiro de Luís 14º. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas tem metade do tamanho da peça que estava guardada no Brasil.

Valor estimado: considerado fora de padrão

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